Desde março, o governo Bolsonaro cortou 7,3 milhões de dólares destinados à prevenção contra incêndios e inspeções ambientais feitas pelo IBAMA e pelo ICMBio.

No estado de Roraima, a estação seca tem sido mais propensa a incêndios do que o comum neste ano, devido a uma combinação de ameaças. Grilagem de terra, desmatamento ilegal, mudanças climáticas e um número recorde de incêndios florestais contribuem para danificar as florestas da região de forma radical. Esses impactos são agravados pela crise financeira do país, que tem esvaziado os cofres públicos, e pelas reduções no orçamento federal do meio ambiente, feitas pelo governo de Jair Bolsonaro.

De janeiro a abril, os incêndios florestais se alastram mais facilmente pela região norte do Brasil, de acordo com o Programa Queimadas, administrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Dados do mês de maio mostram que o país registrou um aumento geral de incêndios florestais, com 17.913 focos. A maioria desses incêndios aconteceu na Amazônia, com 11.804 casos registrados nos nove estados da região. Somente o ano de 2016 testemunhou um dano maior, quando 13.663 incêndios florestais aconteceram na bacia amazônica, lar da maior floresta tropical sobrevivente do planeta.

Durante o mesmo período deste ano, Roraima registrou 4.600 incêndios , o que o tornou o estado mais afetado de todos (Roraima teve apenas 1.970 focos durante todo o ano de 2018). Os dados de 2019 se tornam ainda mais impressionantes ao considerarmos que o último recorde para um estado brasileiro pertencia ao Mato Grosso, que sofreu com 4.927 incêndios florestais durante todo o ano de 2016. O Mato Grosso está localizado na ponta do chamado Arco do Desmatamento. O estado também apresenta parte de outro bioma ameaçado, o Cerrado, onde as plantações do agronegócio estão rapidamente substituindo a vegetação nativa, o que ajuda a explicar o alto número de incêndios florestais na região.

Para entender melhor os fatores por trás do aumento do número de incêndios neste ano, é necessário voltar-se às causas históricas: a maioria dos incêndios que acontecem na estação seca no Brasil não é natural, mas sim provocada por fazendeiros e pela indústria do agronegócio para a renovação da terra de plantio (sendo que os incêndios geralmente fogem do controle e atingem as florestas). Os incêndios também são causados intencional e ilegalmente por grileiros de terra, especuladores que queimam a floresta tropical para valorizar a terra com o objetivo de vendê-la a criadores de gado e agricultores.

“Aqui (na Amazônia), os incêndios são sempre ligados ao desmatamento”, explica Joaquim Parimé, superintendente regional do IBAMA em Roraima.

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FONTE: Jornal da Ciência – http://www.jornaldaciencia.org.br/edicoes/?url=http://jcnoticias.jornaldaciencia.org.br/19-com-o-corte-de-recursos-federais-roraima-esta-a-merce-de-incendios-florestais-em-2019/

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