260 mil imigrantes venezuelanos entraram em Roraima desde 2018, segundo dados da Operação Acolhida.

Luiz Valério

A coordenação da Operação Acolhida em Boa Vista se reuniu com parlamentares municipais, estaduais e federais de Roraima na manhã desta quinta-feira (18 de julho), na 1ª Brigada de Infantaria de Selva, para tratar sobre os efeitos da imigração venezuelana. Coronel Migon, que coordena a Acolhida na capital roraimense, disse que já entraram no estado, desde 2018, nada menos de 260 mil imigrantes venezuelanos dos quais pouco mais de 100 mil já saíram para outros estados, inclusive nas ações de interiorização.

Apresentando números das ações realizadas em apoio aos imigrantes, coronel Migon disse que a Operação Acolhida já é o segundo maior empregador de Roraima, ficando atrás apenas do setor da construção civil. Ele observou que nos abrigos que recebem os imigrantes são encontrados diariamente profissionais altamente qualificados como o caso de um físico nuclear e um engenheiro elétrico, além de 42 médicos e 900 enfermeiros. Coronel Migon disse que os legisladores brasileiros precisam pensar em formas de validar os diplomas desses profissionais para que eles possam ser absorvidos pelo mercado de trabalho local.

De acordo com Migon, a Operação Acolhida não está alheia aos impactos que a crise imigratória provoca nos serviços de saúde, educação e segurança pública, mas sugeriu que esses impactos são menores que as queixas feitas pelas autoridades. Ele disse ainda que não é possível impedir que os venezuelanos usem os serviços de saúde dos municípios e do estado, pois quando entram no Brasil, se registram no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e tiram o Cartão do SUS, os imigrantes passa a ser cidadãos vivendo em território brasileiro com pleno direito a usar os serviços públicos.

“Quem entrou no Brasil a partir de 2010 e 2015 não pode mais ser chamado de imigrante. São pessoas que já fazem parte da população brasileira. A partir de dois anos em território nacional essa integração já acontece legalmente”, disse o coordenador da Operação Acolhida em Boa Vista, destacando que muitos imigrantes conseguem se transferir de Roraima para outros estados por iniciativa própria e com seus próprios recursos. “Outros estão plenamente inseridos no mercado de trabalho. Você chega num supermercado, num restaurante ou num hotel e o vendedor ou atendente é venezuelano”, frisou.

Migon afirmou que a Operação Acolhida presta atendimento médico aos imigrantes, inclusive atendendo duas vezes por semana aqueles que se concentram na Rodoviária Internacional de Boa Vista. Nesta quarta-feira (17 de julho), por exemplo, foram vacinadas mais de 200 imigrantes. Aliás, conforme os números da Operação Acolhida, desde 2018 já foram aplicadas 234.007 doses de vacina nos venezuelanos que entraram no Brasil, sendo 199.083 doses aplicadas em 89.250 imigrantes em Pacaraima e 34.924 doses em imigrantes que chegaram a Boa Vista.

Participaram da reunião com a coordenação da Operação Acolhida os vereadores Mauricélio Fernandes (MDB), Ítalo Otávio (PR), Magnólia Rocha (PRB), Mirian Reis (PHS), Genival da Enfermagem (PTC), Pastor Jorge (PSC), Rômulo Amorim (PRB), Genilson Costa (SD), além da deputada estadual Ione Pedroso e dos deputados federais Nicoletti (PSL) e Shéridan (PSDB).

Confira os vídeos da nossa transmissão da reunião da Coordenação da Operação Acolhida com os parlamentares roraimenses: acesse https://luizvalerio.blog/2019/07/18/260-mil-imigrantes-venezuelanos-entraram-em-roraima-desde-2018-segundo-dados-da-operacao-acolhida/

FONTE: BLOG LUIZ VALÉRIO

VER MAIS EM: Interiorização leva 15 mil venezuelanos de RR a outros estados em 1 ano e 3 meses  –  https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2019/07/18/interiorizacao-leva-15-mil-venezuelanos-de-rr-a-outros-estados-em-1-ano-e-3-meses.ghtml