Com o tema “Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições”, entre os dias 13 e 19 de maio, será realizada a 17ª edição da Semana Nacional de Museus. Visitas guiadas, rodas de conversa, lançamento de livro e oficinas fazem parte da programação. O Museu Goeldi está entre as mais de mil instituições do país envolvidas no evento.

Belém é formada por 14 bacias hidrográficas, com rios, igarapés e canais que deixam marcas inegáveis na identidade cultural da população. É com o intuito de mergulhar nesta realidade insular que o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), o curso de Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Sistema Integrado de Museus (SIM) se uniram e oferecem ao público uma programação diferenciada durante a 17ª Semana Nacional de Museus. A partir da próxima segunda-feira (13), em Belém, haverá uma série de atividades conjuntas e paralelas para encantar a população.

Coordenadora do curso de Museologia da UFPA e pesquisadora do MPEG, Sue Anne Costa explica que a escolha do elemento água como tema central para a agenda na capital paraense é oportuna: “O rio está diretamente ligado com as nossas tradições”. A abertura do calendário será na Igreja de Santo Alexandre e contará com a conferência “O rio e suas narrativas”, proferida pelo professor da UFPA, Agenor Sarraf.

Já a programação específica do Museu Goeldi poderá ser conferida no Parque Zoobotânico, a partir de terça-feira (14), com o tema “Uma viagem de descoberta pelos rios e tradições no Museu Goeldi”. Cada atividade será um estímulo ao conhecimento sobre tudo o que gira em torno dos rios da Bacia Amazônica, especialmente a delicada relação que envolve desde comunidades pescadoras e urbanas, populações indígenas, pré-históricas e contemporâneas, aos peixes, répteis, quelônios, aves e plantas aquáticas.

Programação – Os visitantes poderão participar de visitas guiadas por técnicos e pesquisadores de diversas áreas de pesquisa da instituição. Oito pontos estratégicos foram escolhidos como estações do conhecimento. “A ideia é mostrar o Parque Zoobotânico como uma sala de aula viva”, explica Alcemir Aires, chefe substituto do Serviço de Educação do MPEG. Acadêmicos do curso de Turismo da UFPA também vão auxiliar no trânsito dos visitantes entre os pontos. Tanto no dia 14 quanto no dia 15, a entrada do Parque Zoobotânico será gratuita.

A primeira estação é a bilheteria, onde a paleontóloga Sue Anne Costa narrará um pouco da história dos rios amazônicos. De lá, os navegantes podem seguir até o histórico Pavilhão Domingos Soares Ferreira Penna, a Rocinha, onde a arqueóloga Edithe Pereira revela curiosidades sobre os povos da pré-história da Amazônia. A rica e densa trajetória dos indígenas no Rio Negro será contada pelo antropólogo Marcio Meira, nas ruínas conhecidas como Castelinho.

A próxima parada é a do Lago dos Tambaquis. Ali estará a antropóloga Ivete Nascimento para falar sobre os pescadores da Amazônia. O biólogo Horácio Higuchi aguarda o público no aconchegante Aquário Jacques Huber, para uma animada conversa e demonstração de peixes endêmicos da região. Já a zoóloga Ana Prudente descortina o mundo encantador de répteis e serpentes. Os dois últimos portos são a gaiola das aves aquáticas, com o zoólogo Lincoln Carneiro, e o Lago da Vitória Régia, com agrônomo Amir Lima.

A agenda conta com a participação da associação Ame o Tucunduba”, entidade composta por jovens que buscam criar espaços de educação e incentivo da sociedade para o cuidado com a bacia do rio Tucunduba. No dia 14, integrantes da associação e a pesquisadora do Museu Goeldi Alba Lins realizam roda de conversa sobre a importância dos rios urbanos, em frente ao Lago dos Tambaquis.

No dia 15, na entrada do Parque, haverá a exposição do painel “Museologia da UFPA em Fluxo”, em que discentes e docentes do curso de Museologia da UFPA expõem painéis com resultados de suas pesquisas e tiram as dúvidas do público.

Lançamento – Como parte do calendário, no dia 16, será promovido o lançamento do livro “Persistência do aviamento. Colonialismo e história indígena no noroeste amazônico”, do pesquisador do Museu Goeldi e ex-presidente da Funai, Márcio Meira. A apresentação da obra ocorrerá na livraria Fox e é resultado de sua tese de doutoramento.

No último dia da programação (19), será realizada, na Clareira da Samaúma jovem, uma mostra do projeto “Potencialização e valorização do saber do idoso”, grupo que se dedica à troca de informações científicas e populares e a integração entre os participantes por meio de atividades socioculturais e terapêuticas, que buscam contribuir para a melhora da autoestima do idoso. No dia, serão apresentadas algumas das peças desenvolvidas pelos participantes durante as oficinas.

Postal – Paralelamente, segue uma série de ações de dinamização da exposição “Postado! Arqueologia brasileira nos selos. A oficina “Arte Postal” será ministrada pela professora e filatelista Julia Pinho e é destinada para estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental ao 1º do Ensino Médio. A proposta da oficina é explorar o processo artístico dos participantes, tendo o envelope como suporte. A ideia é despertar nas novas gerações o cuidado com a escrita e a percepção das cores no papel. O agendamento das escolas para as visitas guiadas e para a oficina pode ser feito pelo e-mail [email protected].

Semana Nacional de Museus – A iniciativa é uma comemoração anual alusiva ao Dia Internacional dos Museus, celebrado no dia 18 de maio. A temporada é coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e todos os anos escolhe um tema diferente, que deve servir de base para as comemorações dos museus do país. Este ano, “Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições”.

Com 17 anos de existência, a celebração tem como objetivo promover, divulgar e valorizar as instituições museológicas do Brasil, intensificando sua relação com a sociedade e, consequentemente, aumentando o seu público visitante.

 

Texto: Karolina Pavão.

 

Serviço | 17ª Semana Nacional de Museus

Tema nacional: Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições

Tema do Museu Goeldi: Uma viagem de descobertas pelos rios e tradições no Museu Goeldi

Data: 13 a 19 de maio

 

Programação

13/05, às 18h = Abertura coletiva e conferência “O rio e suas narrativas”, proferida pelo Professor Dr. Agenor Sarraf (UFPA). Local: Igreja de Santo Alexandre

14 e 15/05, de 09h30 às 11h30 – Visita guiada em 8 estações de conhecimento.

1. Entrada – A história dos rios – Sue Anne Costa

2. Rocinha – Povos da pré-história amazônica – Edithe Pereira

3. Castelinho – Indígenas no Rio Negro – Márcio Meira,

4. Lago do Tambaqui – Pescadores da Amazônia – Ivete Nascimento

5. Aquário – Peixes amazônicos – Horácio Higuchi

6. Serpentário – Serpentes e outros répteis – Ana Prudente

7. Gaiolão das Aves Aquáticas – Aves Aquáticas – Lincoln Carneiro

8. Lago da Vitória Régia – Vitória Régia – Amir Lima

14/05, às 14h30 – Roda de Conversa sobre a importância dos rios urbanos, com participação do “Ame o Tucunduba” e a pesquisadora do MPEG, Alba Lins. Local: Lago dos tambaquis

15/05, das 14h às 16h – Painel “Museologia da UFPA em Fluxo”. Divulgação em banners de pesquisas desenvolvidas e conversas com discentes e docentes do curso de Museologia da Universidade Federal do Pará. Local: Entrada do Parque Zoobotânico.

16/05, às 18:30 – Lançamento do livro “Persistência do aviamento. Colonialismo e história indígena no noroeste amazônico”, de Márcio Meira. Local: Livraria da Fox

19/05, a partir das 9h – Mostra do Projeto “Potencialização e valorização do saber do idoso”. Local: Clareira da Samaúma Jovem.

Agência Museu GoeldiPágina Inicial