Defesa Civil segue em alerta durante todo período chuvoso. Na capital aconteceram quatro solicitações de ajuda.

O inverno em Roraima já deu os primeiros sinais de transtornos à população. Embora dados da Femarh apontem que choveu no mês apenas 43,3mm e o nível do Rio Branco esteja em 1,18m, quase três vezes mais baixo comparado à mesma época do ano passado de 3,04m, as equipes da defesa civil do Estado de Roraima já foram acionadas nos municípios de Bonfim, Uiramutã, Cantá e Amajarí por conta de isolamento de comunidades Indígenas e dificuldade de tráfego nas áreas. Na capital houve quatro solicitações de ajuda, todas ligadas à queda de arvores.

De acordo com Tenente Rodrigo Alcoforado, gerente de Proteção e Defesa Civil do Estado de Roraima, ainda estão sendo esperadas chuvas mais fortes para os próximos meses, para de fato avaliar se o inverno será considerado rigoroso. “Ano passado não registramos nenhum caso de famílias desabrigadas em Roraima, mas atuamos na ajuda de mil imigrantes venezuelanos desabrigados, que foram agrupados em abrigos cedidos pelo governo. Esse ano o exército assumiu a responsabilidade por essas pessoas,” explicou

Na atuação da Defesa Civil em outros municípios, Alcoforado disse que equipes estão trabalhando no levantamento de dificuldades apresentadas pela população, principalmente em situações de deslocamento, e que já existem dois abrigos na capital prontos para receber famílias em possíveis situações de riscos.

“Pontes estão queimadas ou caídas e estão isolando algumas comunidades no interior, o que dificulta no escoamento de produção e transporte escolar. Ainda não temos dados de quantas ocorrências já foram registradas porque só agora as chuvas começaram. Os abrigos montados podem receber até 300 pessoas cada, caso necessário serão providenciados abrigos para os municípios,”

Em Boa Vista, Amarildo Gomes, diretor da Defesa Civil Municipal, explica que a operação inverno começou muito antes da aproximação do período chuvoso, com mapeamento das áreas consideradas arriscadas e alerta a população para medidas que podem trazer riscos durante o inverno.

“Já cadastramos 1.164 famílias, número considerado baixo em relação à 2018 que eram mais de 3 mil. As obras no baixo Rio Branco contribuíram para que muitas pessoas saíssem de pontos críticos. É importante que a população tenha cuidado com o descarte de lixo e evitem comprar terrenos ou construir próximo a igarapés, áreas de alto risco para alagamento,” disse

Ainda de acordo com Amarildo, ano passado foram registrados apenas 6 casos de remoção de pessoas que foram deslocadas para casa de parentes. Não foram constatados casos de desabrigados.

Previsão aponta fortes chuvas para os meses de junho e julho

De acordo com Ramon Alves, meteorologista da Femarh, as chuvas para o estado devem durar até o mês de setembro, apresentando mais intensidade nos meses de junho e julho com estimativa de 360mm. Para maio é previsto que chova abaixo de 200mm.

Segundo o meteorologista os pontos que mais chovem no estado são no Oeste e Sul, devido aproximação com o estado do Amazonas. “O Amazonas apresenta outros fenômenos climáticos que interferem nas intensidades das chuvas para a região, diferentes dos apresentados em Roraima. O inverno chegou tímido, mas é considerado dentro da normalidade. Ainda não chegaram as chuvas fortes com ventania que acontecem no máximo quatro vezes durante o período chuvoso,” concluiu.

Por Polyana Girardi

FONTE: Jornal Folha de Boa Vista – FOLHABV – https://folhabv.com.br/noticia/Comunidades-Indigenas-estao-isoladas-em-tres-municipios/53184