Tema deste ano destaca alimentação e saúde. Ideia é incentivar uso sustentável dos recursos naturais por meio da valorização da agrobiodiversidade e dos produtos da sociobiodiversidade, visando ao bem estar das pessoas.
O Brasil é o país com a maior biodiversidade do planeta. São 103 mil espécies de animais e 55 mil de vegetais distribuídas em 8,5 milhões de km2 e seis biomas – Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal –, além da zona costeiro-marinha. O Brasil abriga o maior número de espécies conhecidas de mamíferos (710) e de peixes (3 mil), o segundo de aves (1.919) e anfíbios (1.049) e o quinto de répteis (744). Nenhum outro país registra tanta variedade de orquídeas e palmeiras catalogadas.
Na Amazônia e Mata Atlântica, a diversidade é tão grande que em apenas um hectare se encontram mais espécies de árvores do que em todo o continente europeu. Não bastasse isso, a cada ano cientistas adicionam dezenas de novas espécies à lista brasileira. Para cuidar de sua imensa riqueza natural, o Brasil mantém o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Além das unidades estaduais e municipais, há 334 federais, geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O Dia Internacional da Biodiversidade, instituído pela ONU e comemorado nesta quarta-feira, 22 de maio, é, portanto, uma data para ser lembrada com entusiasmo no Brasil. O tema deste ano – Nossa biodiversidade, nossa comida, nossa saúde – está relacionado às Metas Nacionais de Biodiversidade e às Metas de Aichi, especialmente as metas 7 e 13, que tratam de manejo sustentável na agricultura e conservação da agrobiodiversidade, respectivamente.
Afora isso, o Brasil adota a Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (Epanb), que consolidam mais de 700 iniciativas relacionadas à biodiversidade, envolvendo mais de 60 instituições. A Epanb define as 20 metas nacionais de biodiversidade e as ações vinculadas a cada uma das metas.
Por outro lado, o país possui uma série de instrumentos de incentivo à gestão e uso da biodiversidade para fins de segurança alimentar, resultado da participação do MMA no projeto global Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN, na sigla em inglês). Essas ações têm relação direta como o tema do Dia Internacional da Biodiversidade deste ano.
Conheça, a seguir, os resultados do projeto:
Livro de receitas Biodiversidade do Brasil: Sabores e Aromas
Foram desenvolvidas 335 receitas para as cinco regiões do Brasil com base em 64 espécies nativas da flora brasileira priorizadas pelo BFN e o Plantas para o Futuro. As receitas visam à alimentação adequada, saudável e sustentável, versam sobre releituras da gastronomia moderna e resgatam culturas de cada região. Em breve, a publicação será disponibilizada no site do MMA.
Curso online “Integração da Biodiversidade para Alimentação e Nutrição”
O curso (inglês e português) visa à formação de recursos humanos capazes de integrar o uso sustentável da biodiversidade em áreas como a educação (alimentação escolar), saúde e agricultura. Apresenta um referencial teórico e traz relatos de experiências bem-sucedidas. A ideia é despertar o interesse e divulgar conhecimentos sobre a importância da conservação e do uso sustentável da biodiversidade para produção de alimentos, melhoria da alimentação e estado nutricional da população, geração de renda para as comunidades, particularmente da agricultura familiar, e preservação da cultura associada a alimentos tradicionais. Disponível aqui.
Banco de Dados de Composição Nutricional da Biodiversidade Brasileira
Ferramenta que permite a inserção de dados diretamente no sistema e realiza cálculos automáticos, o que a torna uma funcionalidade única e inédita, pois isso não existe em nenhum outro banco de dados de composição nutricional do mundo. Tem o potencial para se tornar uma referência mundial, com ganho de mídia e relevância para diversos públicos alvo. Os dados de composição nutricional contribuirão para a tomada de decisões e implementação de políticas públicas, bem como para pesquisas na área da saúde, para os agricultores familiares e comunidades tradicionais, como uma opção de uso, e para os consumidores de um modo geral. Clique aqui para ter acesso.
Lista Oficial de Espécies Nativas da Sociobiodiversidade Brasileira de Valor Alimentício
Oficializada pela Portaria Interministerial MMA/MDS nº 284/2018, a lista representa o reconhecimento da relevância dessas espécies nativas e tem se tornado um importante documento orientador para as ações relacionadas à segurança alimentar e nutricional, facilitando uma maior aquisição de produtos de espécies da sociobiodiversidade e incentivando os agricultores familiares no fomento à produção e venda desses produtos. Confira aqui.
Série de livros “Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial – Plantas para o Futuro”
Essa série de livros tem como objetivo melhorar o conhecimento dos diferentes segmentos da sociedade em relação às espécies nativas da flora brasileira de maior relevância para o homem, bem como promover a sua utilização sustentável em benefício do bem estar da sociedade. Busca-se chamar a atenção para a importância da valorização da biodiversidade nativa, não apenas como forma de ampliar as opções de uso da biodiversidade, criando oportunidades de investimento pelo setor empresarial, mas também para mostrar à sociedade a importância da conservação desse legado. Já estão disponíveis para download no site do MMA os livros das regiões Sul, Centro-Oeste e Região Nordeste. Clique aqui. Os livros das regiões Norte e Sudeste serão lançados e disponibilizados nos próximos meses.
Cadernos de boas práticas para o extrativismo sustentável de espécies alimentícias da sociobiodiversidade
O cultivo e manejo de 21 espécies nativas da sociobiodiversidade foram sistematizados e orientados em cadernos produzidos pelo MMA em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os manuais são voltados para agentes de assistência técnica e extensão rural, além das próprias comunidades. Veja aqui e aqui.
Comunicação ICMBio
(61) 2028 9280
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