Ação reduzirá conflitos de pesca no Parque Nacional de Anavilhanas, garantindo a segurança alimentar das famílias que vivem no entorno da unidade.
Um sistema de automonitoramento de pesca foi apresentado em reunião na Colônia de Pescadores Z-34 de Novo Airão, no Amazonas, pelos representantes do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam), do Parque Nacional de Anavilhanas e da Associação Conservação da Vida Silvestre (WCS Brasil) no dia 30 de março. O sistema de automonitoramento da pesca é um dos protocolos do subprograma aquático continental do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade (Monitora), do ICMBio.
A implementação de um sistema de monitoramento de pesca é parte fundamental da construção e implementação do Termo de Compromisso para Ordenamento da Pesca de Subsistência no Parna Anavilhanas, apontado no Plano de Manejo como estratégia prioritária para reduzir os conflitos de pesca na UC e garantir a segurança alimentar das famílias que vivem no entorno da unidade. O ordenamento no Parna Anavilhanas servirá como embrião de um ordenamento pesqueiro na região do baixo rio Negro.
Neste sentido, a Colônia de Pescadores Z-34 de Novo Airão tem um papel fundamental, pois já realiza um registro mensal de pescarias dos seus sócios. Assim, informam de forma bastante simples as capturas mensais por tipo de pescado, para fins de manutenção do cadastro de pescador profissional. Apesar desse registro não ser suficiente para conhecer a dinâmica da pesca, apresentará uma boa distribuição de dados na área do Parque, no Baixo Rio Negro. Por tanto, a inclusão do formato do automonitoramento pode colaborar com a demanda de implantação de um sistema de monitoramento da pesca local.
Na assembleia foram apresentadas as etapas de construção do Termo de Compromisso coordenado pelo Comitê Permanente de Pesca do Conselho Consultivo do Parna Anavilhanas e o protocolo de Automonitoramento de Pesca como uma ferramenta capaz de obter informações importantes para estimar a produção pesqueira, utilizando os peixes como indicadores da biodiversidade. O protocolo de automonitoramento de pesca foi pensado inicialmente para ser aplicado em Unidades de Conservação de uso sustentável, mas demandas relacionadas a comunidades de entorno das unidades têm surgido, como o caso da Rebio Abufari, contudo, que está será a primeira experiência de aplicação do protocolo em parceria com uma colônia de pescadores.
Pesca no Baixo Rio Negro
O Parna Anavilhanas abrange o arquipélago de Anavilhanas que está distante cerca de 40 quilômetros da capital do estado do Amazonas, e é uma das UCs que compõe o Mosaico do Baixo Rio Negro. Formado por mais de 400 ilhas, é considerado o segundo maior arquipélago fluvial do mundo. O arquipélago forma um labirinto de canais e lagos que recortam o Rio Negro com ilhas estreitas e cobertas por florestas de igapó. A variação do nível da água do rio ao longo do ano permite a ocupação das áreas alagadas, os igapós, por peixes que utilizam esses ambientes como áreas de reprodução e alimentação. Uma das espécies de peixe mais representativa da pesca na região é o jaraqui (Semaprochilodus sp.).
Um diagnóstico de Pesca no Baixo Rio Negro realizado em 2015 pela WCS Brasil descreveu e identificou no Parque uma importante área de pesca para ribeirinhos moradores das UCs e da cidade de Novo Airão, já que quase todo o território do município está protegido por unidades de conservação.
Comunicação ICMBio