Para celebrar o Dia do Índio (19 de abril), a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia preparou a exposição “Diálogos de Saberes: Embrapa e Povos Indígenas”, que teve início nesta terça-feira (16) no hall da Embrapa Sede, em Brasília. A exposição traz 34 imagens de 1994 a 2018 que mostram as ações da Embrapa com povos indígenas de diferentes etnias.

Exposição na Embrapa Sede celebra o Dia do Índio – Foto: Claudio Bezerra

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Terezinha Dias, os povos indígenas no Brasil são cerca de um milhão de pessoas de 230 etnias, falantes de 180 línguas. Vivem em terras da União que totalizam quase 13% do País, das quais tem usufruto exclusivo assegurado pela Constituição Federal de 1988. “Os povos indígenas conservam em seus territórios e sistemas agrícolas tradicionais grande parcela da biodiversidade nacional”, lembra Terezinha.

Desde a década de 90, a Embrapa contempla em sua agenda de pesquisa as demandas trazidas pelos povos indígenas, seja para a recuperação de variedades tradicionais perdidas, seja promovendo cursos e feiras de troca de sementes ou desenvolvendo ações diretamente relacionadas à geração de renda.  As ações de pesquisa, inovação e transferência de tecnologia tem como objetivo principal garantir a geração de renda e a segurança alimentar e nutricional desses povos.

Aplicando a metodologia de troca de saberes, os pesquisadores buscam especialmente soluções, na ciência agronômica, para manter a sustentabilidade do modo de produção indígena e, ao mesmo tempo, atender a novos contextos locais de geração de renda. “A compreensão acerca dos significados, crenças e imaginários, traduzidos em um conjunto de conhecimentos e praxis locais, transmitidos pela tradição oral indígena, é fundamental para conhecer melhor a origem e evolução de inúmeras espécies que fazem parte dos hábitos alimentares do povo brasileiro”, diz Terezinha Dias.

Do Acre ao Sul do Brasil, o trabalho mostrado nas fotos que compõem a exposição tem contribuído para a implementação de leis e políticas nacionais, tais como a Política Nacional de Desenvolvimento de Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígena (PNGATI) e a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN). Os sistemas agrícolas indígenas também ganharam maior visibilidade com a participação dos pesquisadores da Embrapa em audiências públicas na Câmara dos Deputados, o que sem dúvida contribui para o reconhecimento e validação dos saberes e práticas indígenas, bem como de seus direitos territoriais.

A busca crescente por produtos orgânicos e agroecológicos no País é um indicativo de que o modo de produção indígena é atual e promissor. Existe um mercado crescente tanto para os alimentos quanto para o artesanato indígena, um retorno à tradição, à sabedoria popular e ancestral e ao modo de produção que alimentou gerações por séculos.

A exposição na Embrapa Sede vai até a próxima quinta-feira, dia 18 de abril. A curadoria e os textos são da jornalista Irene Santana e da pesquisadora Terezinha Dias. As fotos são de Álvaro Araújo, Claudio Bezerra, Enrique Alves, Fábio Freitas, Fernando Niemeyer, Gustavo Campos, José Roberto Moreira, Moacir Haverroth, Nadi Rabelo e Terezinha Dias.

Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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