Uma comitiva da Funai, liderada pelo presidente Franklimberg de Freitas; e da Aeronáutica, comandada pelo chefe da 4º Subchefia do Estado-Maior, Brigadeiro Eng Eliezer de Freitas Cabral, visitou, nessa quinta-feira (11), o Distrito de Iauaretê, no noroeste do Estado do Amazonas, fronteira com a Colômbia.
O objetivo da missão era dialogar com os indígenas da região para a continuação das obras da pista de pouso no local.
A pista tem dois mil metros: 1200 de asfalto – que se degrada em três anos – e 800 de concreto – que tem uma durabilidade de mais de 20 anos. Na reunião, foi acordado com os indígenas que a Aeronáutica finalizará a pista de concreto até 2021.
Iauaretê é um distrito do município de São Gabriel da Cachoeira (AM). Fica a mais de 1100 km de Manaus. O acesso até lá é feito apenas por barco (cerca de quatro dias de Manaus) ou de avião. Com a pista de pouso concluída, as aeronaves da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), da Força Aérea Brasileira e do Exército atenderão em melhores condições as comunidades indígenas com medicamentos, agentes de saúde e outros benefícios.
“Bem-vindos à cidade 100% indígena do Brasil!” Foi assim que a comitiva do governo foi recepcionada pelo prefeito de São Gabriel da Cachoeira, Clóves Tariano, mais conhecido como Corubão. No distrito de Iauaretê vivem mais de três mil indígenas de 12 etnias (Tariano, Tukano, Wanano, Desano, Pira-Tapuya, Tuiuka, Arapaso, Hupda, Kubeo, Baré, Baniwa e Miriti-Tapuya), mais os povoados do entorno, somando mais de sete mil. Ao todo, 23 etnias moram em São Gabriel da Cachoeira, 10% do total de indígenas brasileiros. O município tem a área mais bem preservada do país e é considerado por muitos antropólogos como a região com a maior diversidade étnica do mundo: 95% dos moradores são indígenas.
A pista de pouso começou a ser construída em 2004, mas a dificuldade logística de transporte de materiais e equipamentos, a defasada descentralização de recursos, a necessidade de extração local de pedra para produção de brita e o verão amazônico atrasaram a finalização da obra. “Teríamos que buscar brita em Moura e Barcelos, a mais de 1500 km de distância. Isso levaria muito tempo, sendo que só o cimento demora 30 dias para chegar de Manaus, fora que podemos trabalhar apenas cinco meses por ano, devido ao verão amazônico”, explicou o vice-presidente da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) e responsável pela execução da obra, Coronel Steven.
Emissão de documentos
Antes de voltar para Brasília, Franklimberg ainda se reuniu com o Coordenador Regional do Rio Negro, Jacson Tariano, e com o Coordenador Técnico Local de Iauaretê, Alencar Tukano, e prometeu reativar e estruturar o posto da CTL de Iauaretê, desativado após a reestruturação da Funai em 2012.
“Tudo que está acontecendo aqui tem um objetivo: melhorar a vida da população de Iauaretê. Que possamos voltar pra Brasília e com muita satisfação informar a nossa ministra que cumprimos mais uma missão”, finalizou.
Também participaram da missão o diretor de Promoção do Desenvolvimento Sustentável (DPDS), Giovani de Souza Filho, e o coordenador de Infraestrutura Comunitária (COIC), Richard Campos, e parte do efetivo da 2ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro.
Priscilla Torres
Assessoria de Comunicação / Funai
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