Conhecer o passado para não repetir os erros no presente e no futuro. Esse é objetivo da inédita exposição “Respeito ou Repetição? – A história que não se quer reviver”, que o Memorial do Ministério Público Federal recebe a partir de terça-feira (9).

Arte: Secom/PGR

A mostra integra a ação #AbrilIndígena e tem o objetivo de resgatar as terríveis consequências da política de integração forçada de povos indígenas brasileiros no século passado, registradas em documentos como o Relatório Figueiredo. A entrada é gratuita e o Memorial fica na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.

A exposição é uma iniciativa da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF), com a curadoria do pesquisador e coordenador do Armazém Memória, Marcelo Zelic, e arte da designer Bianca Prado, da Secretaria de Comunicação do MPF. O evento de inauguração da exposição acontecerá no dia 9 de abril, às 15h.

A mostra traz informações do Relatório Figueiredo, e relatos obtidos pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) e pelo MPF que revelam atrocidades cometidas contra populações indígenas em pleno século XX. O Relatório Figueiredo foi produzido em 1967, chegou a ser dado como desaparecido. No entanto, foi localizado em 2012 por Marcelo Zelic. O documento registrou matanças de comunidades inteiras, torturas e crueldades contra indígenas de todo o país. A divulgação do relatório chocou o Brasil e o mundo, motivando a extinção do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e a criação da Fundação Nacional do Índio (Funai).

“A impunidade dos crimes do passado, bem como a ausência de reparação aos povos indígenas atingidos pelas violências retratadas no Relatório Figueiredo, e nas CPIs que o geraram e que dele derivaram, é um dos principais fatores que tornam o Brasil um país onde a repetição desta violência acontece a cada novo ciclo de desenvolvimento conduzido pelo Estado”, alerta Zelic.

Para a exposição, a curadoria selecionou três conjuntos de peças. Nos dois primeiros, as imagens e documentos mostram ataques a direitos humanos ocorridos durante a ditadura militar brasileira, interligando relatos do Relatório Figueiredo e o trabalho da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Já no terceiro conjunto, é possível conferir um pouco da atuação do Ministério Público Federal em casos emblemáticos de violações de direitos humanos, na busca pela reparação aos povos indígenas e na efetivação da justiça de transição no Brasil.

“A experiência extraída do assassinato indígena e da impunidade administrativa é um alerta contra o retrocesso ao período de horror e da barbárie”, ressalta o coordenador da 6ª Câmara, subprocurador-geral da República Antônio Carlos Bigonha. No conjunto que trata sobre a atuação do MPF, são abordados os casos em andamento, investigações sobre violações contra povos indígenas e justiça de transição, que envolve medidas judiciais e não judiciais e violações de direitos humanos cometidas em grande escala numa sociedade.

Memorial – O Memorial do MPF foi inaugurado em dezembro do ano passado e é um novo espaço cultural, digital e interativo de visitação cívica em Brasília. Localizado no térreo do bloco C, da Procuradoria-Geral da República, o espaço já está aberto ao público, com visitação de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h.

A mostra “Respeito ou Repetição?” fica no Memorial do MPF até o dia 16 de abril, mas, como se trata de exposição itinerante, será montada em outros espaços da PGR e externos, em agenda a definir.

Serviço
Exposição “Respeito ou Repetição? – A história que não se quer reviver”
De 9 de abril a 16 de abril no Memorial do MPF (sede da Procuradoria-Geral da República)
Horário de visitação: 13h às 17h (de segunda a sexta-feira)

Evento de abertura: 9 de abril, às 15h

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