Exército expôs um balanço sobre o primeiro ano da operação; uma audiência pública foi proposta para apresentação dos dados à sociedade.

Na tarde desta quarta-feira (27), os deputados da Comissão de Relações Fronteiriças da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) se reuniram com representantes da Operação Acolhida, para tratarem sobre a atual situação da imigração venezuelana no Estado. A reunião foi realizada na 1ª Brigada de Infantaria de Selva, no bairro 13 de Setembro.

Durante a reunião, o Exército apresentou dados sobre o primeiro ano da Operação Acolhida em Roraima, que nos últimos 12 meses desenvolveu uma força-tarefa para o ordenamento da fronteira, acolhimento e interiorização de venezuelanos de Roraima para o restante do país.

Para a presidente da Comissão de Relações Fronteiriças, deputada Ione Pedroso (SD), o encontro serviu para que os parlamentares tenham uma real noção do trabalho da operação no Estado. “Foi de extrema relevância pra gente ter um retorno do trabalho que está sendo feito e manifestar aos nossos pares, a própria Assembleia e a população, sobre esse trabalho feito a frente dessa problemática que estamos enfrentando.”

Ao final da reunião, a deputada Ione Pedroso propôs uma audiência pública para apresentação dos dados à comunidade e para que outras instituições envolvidas possam sugerir providências para que o Estado de Roraima seja menos penalizado pelo acolhimento de imigrantes venezuelanos.

O deputado Renan Filho (PRB) também participou da reunião como membro da Comissão de Relações Fronteiriças, além de Neto Loureiro (PMB), como presidente da Comissão de Saúde.

Roraima recebe 500 imigrantes por dia, afirma Exército

Conforme os dados apresentados pela Operação Acolhida, chegam ao Brasil aproximadamente 500 venezuelanos por dia, desses, menos da metade solicitam refúgio ou residência temporária. Até hoje 5.121 venezuelanos foram interiorizados à 19 estados do país, a maior quantidade foi para o estado de São Paulo. O processo de interiorização iniciou no dia 5 de abril de 2018.

Para o coordenador-operacional-adjunto da Operação Acolhida, coronel Georges Kanaan, essa força tarefa tem o objetivo de cooperar com os órgãos com relação nas ações humanitária aos imigrantes. Durante a reunião, o Exército manifestou o desejo de transferir a responsabilidade da Operação Acolhida para o Estado, de acordo com o coronel Kanaan, é importante que o governo fique por dentro desse fluxo migratório. “Cabe ao Governo do Estado uma resposta a esse fluxo migratório que está ocorrendo no próprio estado. A operação é uma resposta a essa imigração que vem acontecendo desde 2015 e cresce até se transformar o que encontramos em 2017”, citou.

Sobre o interesse do Poder Legislativo em relação às atividades desenvolvidas pela Operação no Estado, o general Márcio Bessa avaliou de forma positiva a iniciativa. “É importante que todos tenham conhecimento dos resultados da Operação Acolhida, que são realmente grandiosos. É desenvolvido um trabalho em Pacaraima como aqui em Boa Vista e é importante que seja divulgados”, concluiu.

Texto: Jéssica Sampaio

Foto: Alex Paiva

FONTE: ALE RR