O Sínodo para a Amazônia foi apresentado nesta quarta-feira, 20, para os participantes da Assembleia Continental das Pontifícias Obras Missionárias, que ocorre em Brasília/DF.

Irmã Irene faz exposição sobre o Sínodo para a Amazônia | Foto: POM Brasil/Fabrício Preto

A diretora executiva da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil, irmã Maria Irene Lopes dos Santos, abordou o trabalho da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/CNBB e da própria REPAM-Brasil, e toda a mobilização promovida na região Amazônica em vista do Sínodo de outubro de 2019.

Irmã Irene pôde partilhar as escutas com diferentes populações da Amazônia, como indígenas, quilombolas, pescadores e juventudes. Também apresentou dados sobre as atividades realizadas no decorrer do processo de escutas sinodais nos seis regionais da CNBB alcançados pela Amazônia Legal e também nos outros países da Pan-Amazônia.

Algumas realidades foram destacadas na apresentação a partir do Documento Preparatório, como características do território, que concentra de 30% a 50% da flora e fauna do mundo; a realidade da migração e a questão indígena.

“O movimento levantado pelo Sínodo já trouxe consigo centelhas de uma nova Igreja para a realidade amazônica. A realização do Sínodo, em outubro próximo, pode ser decisiva para a caminhada da Igreja naquele território”, afirmou irmã Irene.

O bispo auxiliar de São Luís/MA, dom Esmeraldo Barreto de Farias, o anfitrião do evento, por ser o referencial da Missão no Brasil, destacou a importância da apresentação como oportunidade de tornar mais clara a importância do Sínodo “não só para quem é da Amazônia, mas para a Igreja toda”.

Dom Esmeraldo também ressaltou a preocupação com os povos indígenas, que não é um escolha para excluir os não indígenas, mas “para chamar atenção para essa população que está, cada vez mais, sendo deixada de lado. É para dar visibilidade a estes povos indígenas que são povos originários que foram sendo excluídos até pela própria ganância do lucro, das grandes empresas da exploração das riquezas naturais que ali existem”.

Para o bispo auxiliar, ficou muito clara na exposição a preocupação da Santa Sé, através do papa, e de toda a Igreja e das Igrejas que fazem parte na Amazônia que este Sínodo é para ajudar a encontrar novos caminhos para o trabalho de Evangelização na Amazônia: “Existem, na verdade, grandes desafios, não só o fato da preocupação com os povos indígenas, mas também os ribeirinhos, os quilombolas e as grandes periferias das cidades. Então, essa preocupação é como a Igreja pode responder a esses grandes desafios”.

Dom Davi Guinea, bispo de Puerto Maldonado, onde o papa Francisco abriu simbolicamente o Sínodo para a Amazônia, em janeiro de 2018, gravou um vídeo, divulgado pelas POM ressaltando que “é uma esperança e uma alegria para toda a Amazônia sentir que o papa quer coloca-la no coração da Igreja” O bispo destaca que “o Sínodo Pan-amazônico vai ser um impulso para toda a missão evangelizadora da Igreja da Amazônia, mas quer ser também um impulso para toda a missão evangelizadora da Igreja desde a Amazônia, pois os povos amazônicos, os povos indígenas, também são sujeitos da evangelização”.

Confira o vídeo de dom Davi. 

Irmã Irene Lopes ainda destacou a importância do encontro com os diretores nacional das POM nas Américas abrir a pauta para a exposição sobre Sínodo. Entre os motivos, está a “feliz coincidência” da realização do Mês Missionário Extraordinário, animado pelas POM em cada país, e do Sínodo no mesmo mês. “Mesmo os diretores que não são da Amazônia estão interessados em saber do processo, em discutir o assunto”, salientou a religiosa.

FONTE: REPAM – Rede Eclesial Pan-Amazônica   –   http://repam.org.br/?p=2206