No estado brasileiro de Roraima, nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, milhares de migrantes se encontram em condições extremamente precárias.

A situação na Venezuela obriga milhares de pessoas a deixarem o país a fim de reconstruírem suas vidas em outros lugares.

No estado brasileiro de Roraima, nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, milhares de migrantes se encontram em condições extremamente precárias.

Eles chegam ali e depois são encaminhados para outras cidades brasileiras, como São Paulo, Manaus, Esteio (RS), Rio de Janeiro, Dourados (MS) que recebeu, no início deste mês, um grupo de cem venezuelanos que foi empregado numa empresa local, e também Belo Horizonte que recebeu recentemente um grupo de 37 venezuelanos.

Vinte e cinco se dividirão entre a Arquidiocese de BH e a Casa dos Jesuítas, também na capital, e outros 12 irão para a Paróquia dos Jesuítas em Montes Claros, no Norte de Minas.

O missionário da Consolada, Padre Jaime Carlos Patias, acompanha o trabalho junto aos migrantes venezuelanos, em Boa Vista.

Ele faz uma comparação entre a situação vivida pela Família de Nazaré, recusada pelos habitantes de Belém, e a situação de muitos migrantes venezuelanos.

“Não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 7).  Os habitantes de Belém, se recusaram receber Maria e José. Maria estava prestes a dar à luz ao Menino Jesus e com José teve que se abrigar em um estábulo fora da cidade. A situação vivida pela Família de Nazaré já foi muitas vezes associada aos migrantes e refugiados, e é hoje a realidade na vida de Chila Gómez, uma mãe indígena Warao da Venezuela, grávida de nove meses que chegou em Boa Vista, capital de Roraima, com seu esposo Elvis Antônio e três filhos pequenos.

A exemplo de tantos imigrantes venezuelanos, eles não foram recebidos no abrigo especialmente destinado aos indígenas no bairro Pintolândia. Um terreno baldio foi o destino do casal que levou seis dias para percorreu a pé 215 quilômetros entre Pacaraima e Boa Vista. “Estou morando na rua, nem sei o nome. Estou grávida e sofrendo com meus filhos, pegando sol e frio. Eu quero uma ajuda para minha família”, implora Chila.

À sombra de alguns cajueiros, no mesmo terreno se encontram outras seis famílias. Ao todo são 15 crianças menor de 8 anos, dois adolescentes e 13 adultos. O número muda muito rápido. Uma lona e alguns panos amarrados nas árvores servem de proteção. As noites são mal dormidas por causa do medo de serem despejados pelo dono do terreno (uma Imobiliária) e pela polícia.

Jonny Martines Rodriguez e sua esposa Edelmira del Carmen vieram de Tucupita. “Tenho três filhos e com a minha mulher não querem nos receber no abrigo dos indígenas Warao. Aqui não tomamos banho, passamos fome, não temos onde pegar água.  Me sinto assustado, é perigoso, à noite é mais perigoso por que podem vir e matar meus filhos, minha mulher ou eu matar a eles…”, lamenta Jonny.

Os Warao que estão em Roraima dizem que o principal motivo para abandonar Venezuela é a fome. Neste grupo, as mulheres são as principais responsáveis pela renda e por isso elas chegam em grande número trazendo muitas crianças.

Cidade do Vaticano

FONTE: VATICAN NEWS – https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2019-02/imigrantes-roraima-indigenas-warao-sem-abrigo.html