As pautas que estarão presente nas discussões do Sínodo da Amazônia, organizado pela CNBB e entidades indigenistas, contaram com apoio financeiro internacional de fundações que já investiram 52 milhões de dólares, desde 2013. Demarcação de terras, direitos indígenas, ecologia e outras pautas que dizem respeito à soberania do território nacional foram a preocupação de fundações como a Ford, presente no Brasil desde 1976.

O Sínodo da Amazônia tem sido uma das preocupações do governo brasileiro devido à presença de temas caros à soberania do território nacional. O círculo de debates que reúne o clero progressista da CNBB, articulado com movimentos como o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Pastoral Carcerária e outros, é historicamente financiado por fundações internacionais desde a sua origem. Pelo menos desde os anos 1960, quando a Fundação Ford começa a investir em pautas sociais no Brasil.

Segundo o livro Os 40 Anos da Fundação Ford no Brasil: uma parceria para a mudança social (pág. 236):

A Fundação apoiou ainda a formação dos Núcleos de Estudos Indígenas, voltados para a capacitação de lideranças indígenas na área dos direitos e a preparação de casos para apresentação aos tribunais. Acolheu um grande esforço do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de identificação das áreas indígenas, esforço que, anos após, iria reverter na demarcação das terras indígenas.

De acordo com levantamento preliminar feito por Estudos Nacionais, com base no banco de dados das fundações internacionais, só em 2014, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) recebeu 450 mil dólares somente da Fundação Ford, entidade que financia outras centenas de pautas, indigenistas, quilombolas, questão racial, identidade de gênero, aborto, audiência de custódia e desarmamento no Brasil. Já a Pastoral Carcerária, também ligada à Igreja Católica, recebeu 420 mil dólares entre 2016 e 2018, da mesma fundação. O mesmo dinheiro que organiza eventos LGBT é doado à entidades albergadas na estrutura da Igreja Católica no Brasil.

Segundo o mesmo levantamento, pautas relacionadas ao território nacional receberam, de outras grandes fundações internacionais, 52 milhões de dólares entre 2013 e 2018.

Essas informações justificam a preocupação do governo com a ligação de parte do clero católico com as ONGs e entidades internacionais interessadas em estabelecer um tipo de controle do território brasileiro.

Além disso, a Fundação Ford é responsável por transformações psicossociais profundas no Brasil, como a vigilância à opinião que chamamos de politicamente correto. No livro que conta a história da sua atuação no Brasil, são assumidos alguns resultados do seu investimento milionário na conformação social sobre temas como “direitos humanos”:

Hoje em dia, é cada vez menos respeitável criticar os direitos humanos como sendo privilégio de bandidos. A agenda de direitos humanos é cada vez mais reconhecida como direito de todos e identificada, sobretudo, como a luta pelos direitos sociais, a luta contra a discriminação e a luta contra o arbítrio das instituições encarregadas da aplicação da lei e da ordem. Não fossem as múltiplas iniciativas da Fundação nesse domínio, desde a abertura do Escritório no Brasil, possivelmente o cenário de desrespeito aos direitos humanos seria mais trágico do que é atualmente.

O trecho acima relata a transformação do tema dos direitos humanos em uma pauta imune à crítica e a conquista hegemônica do sentido dado pela fundação.

Cristian Derosa

Mestre em jornalismo pela UFSC e autor do livro A transformação social: como a mídia de massa se tornou uma máquina de propaganda. Editor do site de notícias e da Revista Estudos Nacionais e autor do blog A transformação social. Aluno do Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho.

FONTE: ESTUDOSNACIONAIS.COM – DISPONÍVEL EM FEVEREIRO DE 2019.   

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