Freitas ressaltou ainda a importância da Funai em garantir os direitos dos mais de 900 mil indígenas por meio da Diretoria de Proteção ao Desenvolvimento Sustentável, que cuida da gestão ambiental, promoção à cidadania, etnodesenvolvimento e direitos sociais dos povos indígenas; e da Diretoria de Proteção Territorial, que continuará cuidando do geoprocessamento e do monitoramento territorial em terras indígenas e dos povos isolados e de recente contato.
Questionada sobre as mudanças, a Ministra Damares Alves afirmou que “o governo Bolsonaro “veio, e veio com o diálogo”. Mais tarde, na última mesa do evento, a Secretária Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Sandra Terena, afirmou que “nenhum direito dos indígenas será tirado” e que o governo tem como objetivo a transversalidade entre os ministérios e suas secretarias. “A Funai foi transferida para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos porque o Ministério da Justiça estará focado mais no combate ao crime organizado e à corrupção. O MMFDH é o lugar certo para trabalhar os indígenas como um todo, principalmente na proteção aos seus direitos.
Lideranças indígenas
Representando o povo Terena, o advogado Luiz Eloy Amado chamou atenção para a falta de recursos nas comunidades mais distantes. “Lá na ponta a Funai é fraca”, afirmou. Segundo ele, a riqueza de um povo não pode ser avaliada pela questão monetária, mas pelo fato de 100% da comunidade falar o idioma materno. “É um índice de desenvolvimento”, disse.
Já Joênia Wapichana, primeira mulher indígena eleita deputada federal no Brasil, afirmou que o seu mandato será focado a dar visibilidade para os direitos coletivos indígenas. “Meu mandato é coletivo. Se sintam parte dele”.
MPF
Coordenador da 6º Câmara, responsável pela temática indígena no Ministério Público Federal (MPF), o subprocurador-geral da República Antônio Carlos Alpino Bigonha, ressaltou a importância da pluralidade da sociedade brasileira. “Essa diversidade cultural e étnica, longe de ser fonte de conflito, é a nossa maior riqueza”, disse Bigonha.
Já a Procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ressaltou a importância de se abrir um espaço de diálogo institucional entre pessoas e instituições a respeito do tema indígena, que considerou ser “muito caro à cidadania e ao povo brasileiro”.
“É muito importante esse diálogo porque há cerca de 30 anos atrás, o Brasil tomou uma decisão muito significativa ao introduzir na Constituição Brasileira princípios, direitos e defesas notadamente em relação às minorias, que mudaram e transformaram significativamente o país. A Constituição assegurou aos povos indígenas o direito de falarem por si próprios e fez também algo muito importante: instituiu o Ministério Público como aliado dos índios na defesa dos seus direitos e de seus interesses.
Dodge também elogiou o empenho da Funai e do presidente Franklimberg na defesa dos direitos dos povos indígenas. “A Funai sempre perseverou na defesa dos povos indígenas. Sabemos que o orçamento da Fundação é um dos menores da República, mas sempre contou com um corpo técnico e um corpo de antropólogos que sempre esteve à altura desse desafio, respeitando cada povo, cada índio, com sua própria identidade”, destacou.
Ascom/Funai – Fotos: Mário Vilela/Funai
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