Para o bispo, Dom João Muniz Alves, as instituições nacionais que deveriam cuidar de nossos índios não estão fazendo seu trabalho.

A Prelazia do Xingu, no Pará, foi criada em 1934, pelo Papa Pio XI e confiada aos Missionários do Preciosíssimo Sangue de Cristo, que a conduziram até 2015, e depois da renúncia de Dom Erwin Krautler, o franciscano Dom João Muniz Alves foi nomeado bispo da Prelazia.

A chegada do ‘Belo Monstro’

Com 575 mil habitantes e sé episcopal em Altamira, pacata cidade às margens do rio Xingu que viu sua rotina mudar Em 2013, com o crescimento da desigualdade socioeconômica e a construção da Hidrelétrica de Belo Monte. Desde então, o município tem assistido a uma explosão de violência que o fez ingressar na lista das dez cidades com maiores taxas de homicídios do país.

A Usina, que o bispo emérito usa chamar ‘Belo Monstro’,  será a terceira maior do mundo e poderá produzir energia para 10% do território nacional, mas o preço é o impacto no modo de vida do povo Juruna, que sempre viveu Rio Xingu e está perdendo suas terras.

Os povos indígenas estão cada vez mais vulneráveis e nós precisamos estar mais próximos deles

As instituições nacionais que deveriam cuidar de nossos índios não estão fazendo seu trabalho e a Igreja precisa estar junto deles

A Amazônia nos últimos anos tem sido palco de grande projetos que estão desestabilizando as populações que aqui vivem e quase sempre, são os pequenos os que mais sofrem. Temos que encontrar caminhos e pistas para estar mais próximos destes povos tão vulneráveis”.

O bispo sonha uma Igreja que testemunhe Cristo ressuscitado e aposta nas vocações nativas

“ Sonho uma Igreja que esteja junto dos que mais sofrem e olhe este mundo com o desejo de mais harmonia ”

Dom João Muniz conversou conosco em agosto passado, durante o III Encontro da Igreja na Amazônia, em Manaus. Ouça a reportagem.

Cristiane Murray – Cidade do Vaticano

FONTE: VATICAN NEWS – https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-12/xingu-indios-dom-joao-muniz-alves-amazonia.html

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