Em Assembleia Geral da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn) realizada entre 26 de novembro a 01 de dezembro, lideranças validam PGTAs das Terras Indígenas do Rio Negro que fortalecem o protagonismo indígena, desenvolvimento sustentável, gestão e proteção desses territórios.
Encerrou neste sábado, 01/012, a Assembleia dos Povos Indígenas do Rio Negro em Santa Isabel do Rio Negro, iniciada na segunda-feira semana. O evento reuniu aproximadamente 200 participantes, do baixo, médio e alto Rio Negro. Os representantes da base foram indicados nas cinco assembleias regionais, que ocorreram entre agosto e outubro desse ano. Participaram também ex diretores da FOIRN e lideranças dos municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira.
Ao longo dos cinco dias, foram realizados intensos debates sobre as ameaças e ataques aos direitos dos povos indígenas e também sobre as perspectivas para os povos indígenas através de suas organizações representativas e o movimento indígena. Na primeira mesa de debate, lideranças indígenas e representantes de organizações indigenistas parceiras presentes na assembleia, destacaram o histórico de luta pelos direitos e o contexto político atual do país. Foi acordada a importância de articulação com movimentos sociais, outros povos tradicionais e união e constante diálogo com o movimento indígena do âmbito comunitário ao internacional. Como resumiu Braz França
“Vamos ter uma nova política, precisamos agir com muita inteligência. Nós como organizações indígenas não somos separatistas, o que reivindicamos é um lugar de diálogo com poder público, municipal, estadual e federal. O que fazemos é promover o cenário indígena a partir da realidade da comunidade. ”.
Ex-diretores da Foirn participam da Assembleia em Santa Isabel do Rio Negro
PGTA – WASU VALIDADO
O processo de construção dos Planos e Gestão Ambiental e Território e principais apontamentos dos planos de todas as regionais foram apresentados pelas coordenadorias regionais. Mais uma vez foi considerada a grande importância desses planos para a gestão e proteção desses territórios, garantindo um futuro para a geração dos povos indígenas do Rio Negro.
Parte da assembleia foi voltada à apresentação, análise, discussão e validação do PGTA WASU que reúne as prioridades de todas as regionais de abrangência da Foirn em capítulos temáticos. Parte das proposta e demandas levantadas no processo de elaboração dos PGTAs farão parte de um projeto de implementação. A estratégia para condução e elaboração desse projeto foi apresentada e validada pela assembleia.
Nos dias seguintes, foram apresentados e discutidos temas de interesse dos povos indígenas do Rio Negro, como a produção comunitária e o projeto de cadeia de valores e turismo de base comunitária nas Terras Indígenas. Houve também uma sensibilização sobre a importância do processo de elaboração do Protocolo de Consulta Prévia Livre e Informada dos Povos Indígenas do Rio Negro.
GTS de análise e validação do PGTA ASU em Santa Isabel do Rio Negro
Uma comissão formada por lideranças e ex diretores da FOIRN levantou o histórico das assembleias ordinárias e extraordinárias da história da Federação. Concluiu-se então que essa é a décima quarta assembleia ordinária e que nesses 30 anos ocorreram apenas duas assembleias extraordinária. Recomendando que a próxima, prevista para 2020, seja organizada a partir desse levantamento, sendo a XV Assembleia Ordinária da FOIRN.
Iniciada com a dança da mandioca, feita pela escola da comunidade de Cartucho, municipio de Santa Isabel do Rio Nego e finalizada com carricu a assembleia geral demonstrou a força do movimento e preparou as lideranças para os desafios na resistência e luta pelos direitos dos povos indígenas.
Grupo Maniaka Murasi (Dança da Mandioca) da comunidade Cartucho faz apresentação na abertura oficial da assembleia em Santa Isabel do Rio Negro.
Fonte: Foirn
Colaboraram: Renato Martelli e Carla Dias/ISA
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