Barrinhas de tapioca e açaí: exemplo de produto da biodiversidade amazônica
Aliar tecnologia à propriedade intelectual para fortalecer comunidades, empresas e instituições locais e valorizar a biodiversidade amazônica. Este é um dos desafios da inovação na Amazônia, que será debatido no dia 12 de dezembro (quarta-feira) por especialistas renomados internacionalmente durante o seminário “Propriedade Intelectual e Inovação na Amazônia”, no auditório da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), em Belém.
O evento, realizado pela Organização Social BioTec-Amazônia e Embrapa Amazônia Oriental, é direcionado a empresários locais, comunidades tradicionais, meio acadêmico e integrantes dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs).
As matérias primas da região podem ser fundamentais para o desenvolvimento de novos produtos nas áreas da alimentação, cosméticos, farmacêutica e outras, mas é necessário que haja pesquisa e desenvolvimento prévio pra interpretar, entender e proteger a função de cada espécie para a indústria. “O amplo conhecimento em propriedade intelectual contribui para este cenário. Partindo dessas razões é que incluímos no debate temas envolvendo patentes e marcas”, ressalta Luiz Ricardo Marinello, consultor técnico da BioTec-Amazônia e coordenador do evento.
O seminário coloca em pauta temas importantes como propriedade intelectual, inovação, formas de financiamento, além do desenvolvimento de projetos inovadores para empresas. “Um dos destaques da programação é a abordagem sobre blockchain e sua aplicação em marcas, patentes e direitos autorais”, conta Sheila Melo, analista de propriedade intelectual da Embrapa e coordenadora do evento.
Blockchain é um arranjo de tecnologias que começou a ser utilizado no mundo em 2009. Trata-se de uma grande base de dados, que permite a troca de informações, bens ou produtos sem que haja a multiplicação dessa informação e sem um ente centralizador ou mediador dessa relação. “Ele rompe com o paradigma do mundo digital ao não duplicar a informação”, afirma Alexandre Garcia, especialista da empresa Mar Ventures.
Revolução digital
Na prática, o blockchain reproduz fielmente no mundo digital o que acontece no mundo físico. Por exemplo, ao vender o seu carro, você passa o bem (o carro) ao comprador, mas o que garante a posse desse bem é a transferência do DUT. Quando você entrega esse documento ao comprador, você deixa de possuí-lo. Da mesma forma acontece no blockchain. “Não é uma mera digitalização de documentos onde se geram cópias”, afirma Alexandre Garcia.
De acordo com o especialista, essa é a primeira característica da tecnologia: ela evita o double spread. “Ao transferir uma informação, dado ou bem para outra pessoa ou instituição, a informação não se duplica, você deixa de possuí-la.”, explica Alexandre.
Uma utilização consolidada do blockchain no mundo é o bitcoin, conhecido como uma “moeda virtual”. Já existe um mercado forte onde as transações financeiras são feitas sem a mediação de um banco ou instituição e que tem como fonte de valor essa moeda. É esta a segunda característica do blockchain: uma rede descentralizada marcada pela ausência de um ente central que realiza as transações ou media as relações. “Tudo é feito por máquinas, é a tecnologia que garante o funcionamento dessa rede”, conta Alexandre.
A tecnologia é promissora para a propriedade intelectual, segundo analista Sheila Melo. Por meio do blockchain será possível e seguro intercambiar e negociar entre instituições, academia e empresas ativos de propriedade intelectual.
Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental
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Com informações da assessoria da BioTec-Amazônia
Sílvia Leão
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Foto: Ronaldo Rosa
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