Os encontros de preparação ao Sínodo Amazônica têm despertado um clima de forte comunhão e entusiasmo em toda a Igreja Amazônica. O arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito Guimarães, em declaração recente ao Vatican News, fala da importância da contribuição de cada um.
Assembleia Territorial em Miracema, Tocantins
Depois de três dias de partilha, discussões e busca de soluções coletivas, terminou domingo (02/12) o Encontro de Povos e Comunidades das Bacias do Araguaia e Tocantins O evento, promovido pela REPAM-Brasil, foi uma etapa do processo de escuta em preparação ao Sínodo Amazônico.
Três estados do Brasil envolvidos
Estiveram representadas as dioceses de Marabá, Cametá, Conceição do Araguaia e São Félix do Xingu, no Pará; Imperatriz, Tocantinópolis, Miracema, Palmas, Porto Nacional e Cristalândia, no Tocantins; São Félix de Araguaia, Barra do Garças e Rondonópolis-Guiratinga, em Mato Grosso.
A Bacia Hidrográfica Tocantins-Araguaia ocupa 967 km², o equivalente a 11% do território brasileiro. Seu tamanho é menor somente que o da bacia Amazônica, o que a consolida como a maior bacia hidrográfica exclusivamente brasileira, uma vez que a bacia do Amazonas está situada também em países vizinhos.
Uma carta para toda a sociedade
Os participantes do encontro redigiram uma carta aberta para toda a sociedade. Preocupações e denúncias, bem como compromissos estão manifestados no texto. “Com profetismo, denunciamos os crimes e as agressões que estão sendo cometidas contra a vida das bacias destes dois rios, afetados e impactados de maneira imprudente e irresponsável”, diz a carta.
No texto, eles ainda afirmam o compromisso com as bacias do Araguaia e Tocantins.
Os encontros de preparação ao Sínodo Amazônica têm despertado um clima de forte comunhão e entusiasmo em toda a Igreja na região. Existe a consciência de que este é um momento de crescimento e a análise das escutas territoriais estão apontando para novos caminhos, como indicado pelo Papa Francisco ao convocar a Assembleia de outubro de 2019.
Com esta declaração, o arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito Guimarães, concedida recentemente ao Vatican News, revela a sua expectativa:
“Quero trabalhar esta admiração. Estou admirado, e como admirado, quero corresponder, quero me preparar e envolver o meu povo, a minha Igreja, meus presbíteros… Sei que as pessoas que não moram aqui neste ciclo amazônico têm dificuldade de entender, acham que não lhes diz respeito… mas o Sínodo não é para a Amazônia, é sobre a Amazônia. É para o mundo, para toda a Igreja, e se pudermos colocar um palitinho de fósforo, acendê-lo nesta grandiosidade de escuridão, nessa nebulosidade do mundo, se cada um fizer um pouquinho, vamos fazer muito! Então, eu quero me encantar, eu quero fazer o percurso de preparação ao Sínodo ‘encantado’, abstraindo-me de todas as preocupações e negatividades que foram colocadas como obstáculo. Quero vencer estas batalhas”.
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“É um momento único, não sabemos quando haverá outro Sínodo para a Amazônia. Com esta preocupação de fundo com a ecologia integral e a Igreja… tudo interligado… interessante, porque estamos vivendo um tempo da interconexão, tudo está interligado. Quando não temos Internet parece que estamos vivendo noutro mundo!”.
“A Amazônia está nos dando este sinal: Deus já fez isso interligado, mexeu numa coisa, mexeu em tudo. A Internet de Deus veio primeiro do que a Internet humana e não estamos conseguindo ler esta história deste jeito. Eu quero fazer esta leitura. Antes do que a interligação, a inteligência humana, a obra da Criação, a inspiração de Deus fez para ficarmos interconectados pelas redes sociais, Deus fez com a natureza. Acho esta ideia muito bonita”.
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
FONTE: VATICAN NEWS
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