O aparato ambientalista-indigenista internacional está em polvorosa com a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República, pois já se deu conta de que o seu governo não deverá demonstrar a mesma docilidade dos anteriores, diante da agenda intervencionista e antidesenvolvimentista que tem causado tantos prejuízos ao País, nas últimas décadas.
Apesar de o presidente eleito ainda não ter apresentado a sua pauta para o setor, as sinalizações já feitas, a começar pela incorporação do Ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura, além da disposição de podar os excessos do “ativismo” e estabelecer uma nova relação com as comunidades indígenas (Alerta Científico e Ambiental, 11/10/2018 e 18/10/2018), foram suficientes para deflagrar a histeria entre as tropas de choque do aparato, que já prepara uma ruidosa campanha de “resistência”.
O brado de alerta foi dado pela Amazon Watch, no próprio dia da eleição, 28 de outubro. Minutos depois da confirmação da vitória do candidato do PSL, a ONG estadunidense divulgou um boletim de imprensa, no qual o seu diretor de Programas, Christian Poirier, em linguagem apocalíptica, sinalizou as percepções e intenções do aparato:
A ascensão do divisivo e insensível político Jair Bolsonaro à Presidência coloca enormes desafios para a democracia, os direitos humanos e a preservação ambiental no Brasil. O seu governo pode desfazer décadas de avanços socioambientais duramente conquistados e mover o país rumo aos dias escuros da sua brutal ditadura militar.
A vitória de Bolsonaro representa um profundo retrocesso para os direitos humanos e a preservação ecológica na quarta maior democracia do mundo, com implicações particularmente drásticas para a floresta equatorial amazônica e as suas comunidades indígenas e tradicionais.
Os seus descuidados planos para industrializar a Amazônia, em concerto com o agronegócio brasileiro e internacional e setores minerários, trarão uma destruição desconhecida à maior floresta equatorial do planeta e às comunidades que a chamam de lar, e prenuncia o desastre para o clima global.
A imensa escala das ameaças colocadas por uma Presidência Bolsonaro exige uma resposta retumbante, das organizações de base aos níveis globais. Neste espírito, a Amazon Watch redobrará o seu trabalho, em solidariedade com os nossos parceiros acossados, desde comunidades remotas na Amazônia brasileira a organizações nacionais, para lutar contra a sua agenda destrutiva.
Em essência, Bolsonaro está sendo visto pelo aparato como o quinto cavaleiro do Apocalipse e tudo indica que será tratado como tal.
Embora não tenha filial no Brasil, a Amazon Watch (Vigilância da Amazônia, em inglês) é uma das ONGs mais atuantes na campanha permanente do aparato contra o desenvolvimento da Região Amazônica. Sediada em Oakland, Califórnia, com um escritório em Washington, capital, tem sido particularmente ativa em ataques contra a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia, em especial, o projeto de Belo Monte, e a exploração de petróleo nas florestas do Equador e do Peru. Um dos seus alvos mais recentes é a mineradora de canadense Belo Sun, que tenta viabilizar um projeto de lavra de ouro em Senador José Porfírio (PA), o qual, como resultado das pressões do aparato ambientalista-indigenista, teve o seu licenciamento socioambiental, antes a cargo da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), revogado e transferido para a esfera federal (Alerta Científico e Ambiental, 06/09/2018).
Com um orçamento enxuto (1,74 milhão de dólares em 2017), tem demonstrado grande eficiência na atuação conjunta com outras ONGs do aparato, como o Greenpeace, International Rivers etc., além de várias entidades indigenistas dos países amazônicos. Entre os seus patrocinadores, encontram-se fundações ligadas a personalidades de Hollywood, como a James Cameron Foundation e o Leonardo di Caprio Fund.
O Greenpeace também se manifestou no mesmo dia, chamando a atenção do presidente eleito para a “importância global do Brasil para a preservação do meio ambiente”, o que significa “evitar o aumento da temperatura do planeta, preservar a Amazônia e combater crimes ambientais”.
Usando o mesmo tom de intimidação, o boletim da ONG do “arco-íris” afirma, peremptório:
Durante sua campanha, Bolsonaro não apresentou propostas para o meio ambiente, mas sim ameaças. Agora que foi eleito presidente, exigimos responsabilidade com a agenda socioambiental. Precisamos agir agora para evitar que a temperatura do planeta suba para além de 1,5 graus. Bolsonaro pode ser um dos últimos presidentes do Brasil que pode agir a tempo de evitar um dano irreversível ao planeta.
Por isso, trabalharemos para proteger a floresta, combater as mudanças climáticas e denunciar retrocessos, nos opondo à perda de direitos e ao enfraquecimento da democracia brasileira.
Tais reações eram esperadas, principalmente, a mobilização internacional contra o novo governo. Todavia, pela primeira vez, o Palácio do Planalto terá um titular com disposição de recuperar para o País a soberania plena na ocupação física e no uso dos recursos naturais do território nacional, até agora alienada aos controladores externos da agenda ambientalista-indigenista. Aguardemos.
FONTE: MSIA INFORMA – ONGs querem “resposta retumbante” contra agenda ambiental de Bolsonaro – Msia Informa