Floresta Nacional de Tapajós foi cenário de testes para usos e potencialidades do equipamentos

Informações sobre drones vão subsidiar futuras aquisições (Bruno Bimbato)



Servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) testaram, na última semana (16), drones na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, no estado do Pará, com o objetivo de demonstrar as potencialidades e usabilidades dos equipamentos no bioma amazônico.

Após meses de planejamento, longo processo de aquisição das aeronaves e um curso de capacitação de piloto de RPA, a Coordenação de Fiscalização (COFIS) do ICMBio deu início a fase de testes dos aparelhos, começando pela Amazônia, onde a demanda pelo uso de drones na fiscalização é constante. Para o coordenador da COFIS, André Alamino, as informações obtidas pelos testes servirão para subsidiar as futuras aquisições do instituto, apontando qual o melhor aparelho para determinado tipo de missão a ser realizada.

Rafael Cabral, analista ambiental e coordenador do projeto OARP (operadores de aeronaves remotamente pilotadas) da COFIS, explica quais parâmetros foram examinados durante os testes: “são analisados, dentre outros fatores, a autonomia ou tempo de voo, distância atingida, comportamento dos sensores (câmeras), das baterias e periféricos, a estabilidade dos softwares e as limitações do equipamento quanto ao transporte, portabilidade e durabilidade”.

Depois de três dias seguidos de vários testes na Flona do Tapajós, alguns resultados já mostram a diferença de uso naquele bioma, como a autonomia de voo reduzida. “Um voo que normalmente chega a 30 minutos de duração, teve só 22 na Flona, provavelmente devido ao calor da região, que afeta o aparelho” comenta Cabral.

Outro destaque dos testes foi o uso da câmera termal em um dos drones, onde foi possível avistar um indivíduo em um pequeno barco entrando na Flona em plena madrugada e uma área de queima de vegetação.

Atualmente, a COFIS conta com três tipos de aeronaves para testes, que são: Dji Phantom 4 pro, Dji Matrice 200 e EBEE S.O.D.A., com cada uma possuindo características que ditam a finalidade para qual poderá ser usada em campo.

A equipe de teste foi formada pelos analistas Rafael Cabral, da COFIS, e Pedro Oliveira, do Refúgio de Vida Silvestre Rio dos Frades, que são os responsáveis pelo projeto; Danilo Silva, um dos primeiros técnicos da COFIS a sercapacitado como piloto de drone; além de dois servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e um servidor da Flona Tapajós; bem como o apoio da Coordenação Regional de Santarém do ICMBio.

Próximos passos

Após os testes, que ocorrerão em outros biomas, a intenção é liberar os equipamentos para uso, por servidores capacitados, nas ações do instituto. Estão sendo elaborados outros projetos para aquisição de mais aeronaves, tanto para teste quanto para capacitações, expandindo assim a quantidade de equipamentos e servidores capacitados. “Estamos também em fase final de tramitação da normativa de uso de drones no ICMBio, que esperamos publicar ainda este ano”, explica Cabral.

Drones na fiscalização

O ICMBio já vem utilizando drones em parcerias com outros órgãos em ações de fiscalização. Esses equipamentos podem ser empregados de maneira tática e estratégica, especialmente no geoprocessamento. “O drone traz mais segurança para o agente e mais precisão ao possibilitar trabalhos prévios de planejamento para subsidiar estratégias”, explica Alamino.

Antes de serem utilizados em ações de operação, testes já são realizados em simulações a atividades reais mais controladas. A próxima fase será uma estruturação interna para ver qual será o locus e como será operacionalizada o uso de drones pela Instituição bem como a capacitação dos pilotos. “A princípio, o perfil desejado é disponibilidade para participar das ações de fiscalização”, conclui Alamino.

FOTO: Bruno Bimbato
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