Próximo ao Parque Nacional do Araguaia e a cerca de 300 km da capital do Tocantins, Palmas, vive o Povo Krahô-Kanela, que tem realizado um importante trabalho de proteção dos rios Formoso e Javaés, em seu território. Para coibir a recorrente exploração ilegal da água feita por empreendimentos agrícolas, os Krahô realizam a fiscalização permanente da Terra Indígena Mata Alagada. (Imagem da capa: exploração ilegal de água no território indígena. Foto: Wagner Krahô/Associação Apoinkk).

As equipes de fiscalização são compostas de indígenas da própria aldeia e servidores da Funai (foto: Wagner Krahô/Associação Apoinkk)

Próximo ao Parque Nacional do Araguaia e a cerca de 300 km da capital do Tocantins, Palmas, vive o Povo Krahô-Kanela, que tem realizado um importante trabalho de proteção dos rios Formoso e Javaés, em seu território. Para coibir a recorrente exploração ilegal da água feita por empreendimentos agrícolas, os Krahô realizam a fiscalização permanente da Terra Indígena Mata Alagada.

As ações de vigilância feitas pelos próprios indígenas fazem parte do Projeto Irom Cati, e contam com a assistência da Coordenação Regional Araguaia Tocantins/Funai. Desenvolvido pela Associação do Povo Indígena Krahô-Kanela (Apoinkk), a iniciativa envolve toda a comunidade da Aldeia Lankraré. O objetivo é diminuir a entrada de caçadores, pescadores e madeireiros nos cerca de 31.000 hectares pertencentes ao território indígena, que fica no município de Lagoa da Confusão (TO).

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Equipe da oitiva etapa de fiscalização realizada no territôrio Krahô-Kanela em de setembro deste ano (foto: Wagner Krahô/Associação Apoinkk)

No monitoramento das áreas, dez vigilantes participam de cada etapa tanto no Rio Formoso quanto no Javaés. “Caso sejam encontradas pessoas que não tenham permissão para entrar na Terra Indígena, elas são convidadas a se retirar. Se um de nossas equipes estiverem com o Ibama ou a Polícia Militar Ambiental, é feita a apreensão imediata dessas pessoas”, relata o presidente da Associação do Povo Indígena Krahô-Kanela (Apoinkk), Wagner Katamy Krahô.

Esta oitava etapa de fiscalização feita na Terra Indígena do Povo Krahô-Kanela teve a duração de quatro dias. O servidor da Funai na Coordenação Técnica Local (CTL) de Gurupi-TO, Juarez de Sales Mendonça participa do projeto desde a primeira etapa. Ele disse que o apoio logístico da Funai, neste ano de 2018, se deu com o aluguel de um caminhão para o transporte das equipes, o combustível e a assistência dos servidores da  CTL de Gurupi.

Proteção ampliada

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Monitoramento feito no Rio Formoso, estado do Tocantins (foto: Wagner Krahô/Associação Apoinkk)

As Coordenações Regionais da Funai recebem orientações e recursos da Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial (CGMT) sobre como executar ações de proteção e fiscalização nas terras indígenas. “Por meio de diagnósticos de vulnerabilidades e relatórios de atividades realizadas em campo, fornecemos as informações sobre os mais variados tipos de ilícitos e atuamos em combate deles conforme o planejamento de cada Coordenação Regional, incluindo as articulações em nível regional e nacional”, explica o coordenador de Informação Territorial da Funai, João Benedito Vilhena.

“Essa fiscalização também é feita com a ajuda de alta tecnologia. “O Centro de Monitoramento Remoto (CMR), sistema que auxilia na visualização de informações relevantes para a atuação da CGMT, como a ocorrência de desmatamento (corte raso e degradação) e focos de calor (indícios de queimadas). Desta forma, o CMR fornece subsídios à CGMT e à Diretoria de Proteção Territorial (DPT) no processo de tomadas de decisões ao mostrar quais terras indígenas estão sofrendo mais com esses problemas. O CMR também facilita aos técnicos da CGMT visualizar espacialmente diferentes tipos de denúncia a fim de identificar padrões e quais as medidas mais indicadas a serem tomadas em cada caso. Isso aumenta a eficácia das ações, poupa tempo e dinamiza a distribuição dos recursos da Funai”, destaca.

Assessoria de Comunicação Social/Funai

com informações da CLT Gurupi e CGMT