Um acordo judicial entre órgãos públicos e privados vai garantir o projeto de revitalização turística do Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em Porto Velho.        

A medida foi definida após audiência realizada nessa segunda-feira. 

O impasse já se arrastava há nove anos e o complexo chegou a virar ponto para tráfico de drogas. Pelo acordo, as obras começam em outubro e vão custar cerca de R$ 30 milhões. A maior parte desse recurso, R$ 24 milhões, será repassada pela Santo Antônio Energia, empresa responsável pela hidrelétrica que leva o mesmo nome, a título de compensação pelas obras da usina.

O restante ficará a cargo da prefeitura de Porto Velho e do governo de Rondônia.

A primeira obra programada é o muro de contenção na margem do Rio Madeira. Todo o complexo da Madeira-Mamoré deve ser revitalizado em 18 meses. Durante esse período, ele permanecerá fechado para visitação. A expectativa é de que alguns trens sejam reativados e possam fazer o transporte turístico por até oito quilômetros. 

George Telles de Menezes, vice-presidente da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, comemora o acordo judicial. Os ferroviários atuaram na defesa da revitalização do complexo, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi construída entre 1907 e 1912 por uma empresa dos Estados Unidos. Vinte mil trabalhadores de 50 nacionalidades foram contratados e enfrentaram condições adversas, incluindo doenças tropicais até então desconhecidas pela comunidade científica.

A Madeira-Mamoré chegou a ter 366 quilômetros, que interligavam Porto Velho a Guajará-Mirim. Foi uma das principais vias de ocupação populacional da Amazônia e transportou a borracha usada na fabricação de materiais bélicos para a Segunda Guerra Mundial.

Por: Juliana Cézar Nunes

FONTE: Radioagência Nacional   Geral, Notícias