A governadora de Roraima, Suely Campos, protocolou nessa segunda-feira (27) ofícios a vários órgãos do governo federal nos quais pede posicionamento sobre possível ameaça de corte no fornecimento de energia por parte do governo venezuelano.

O pedido se baseia em reportagens publicadas na imprensa, que mencionam uma dívida do governo brasileiro com o país vizinho de US$ 30 milhões.

O chefe da Casa Civil do governo de Roraima, Frederico Linhares, diz que são necessárias medidas urgentes caso a ameaça seja real, tendo em vista que o estado não está interligado ao sistema elétrico nacional, sendo totalmente dependente do abastecimento energético venezuelano.

“Por conta do embargo econômico impostos pelos Estados Unidos à Venezuela, haveria uma dificuldade operacional de se fazer uma operação financeira entre Brasil e Venezuela. Mas a gente acredita que, com esforço do Banco Central e do Itamaraty, isso pode ser superado. Basta uma vontade política do governo federal para que isso se suceda”, disse Linhares.

O governo roraimense pede que o governo federal se posicione em até 48 horas. Entre os órgãos acionados estão a Casa Civil da Presidência da República, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério de Minas e Energias, a Agência Nacional de Energia Elétrica, o Banco Central e a Eletronorte.

Todos os órgãos foram procurados pela nossa reportagem, mas não obtivemos retorno até a publicação da reportagem.

Linhão de Tucuruí

Na semana passada, o governo federal anunciou para setembro a primeira parte da licença ambiental para a construção do Linhão de Tucuruí, que vai interligar Roraima com o sistema elétrico nacional. A partir do fim de setembro, será possível à empresa responsável começar o empreendimento.

O estado de Roraima é o único do país que está fora do Sistema Interligado Nacional (SIN), recebendo energia elétrica da Venezuela e de usinas termelétricas, acionadas sempre que há interrupção no fornecimento.

Previsto para ser construído desde 2011, o chamado linhão de Tucuruí, unindo Boa Vista a Manaus, tem previsão de pouco mais de 720 quilômetros (km), dos quais cerca de 123 km passam dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari, onde vivem 1.600 índios, em 31 aldeias.

Edição: Davi Oliveira