Parceria entre IPE e ICMBio, iniciativa inclui povos da floresta no monitoramento da biodiversidade em unidades de conservação.

Coleta de castanha-da-amazônia na Reserva Extrativista Cazumbá-Iracema, no Acre. (Foto: IPE)

A Terra vive hoje uma era de extinção em massa. Naturalmente, espécies de aves e mamíferos desaparecem a uma velocidade de 0,003 por ano. Hoje essa taxa é de uma espécie por ano. Trezentas vezes mais rápido. Se for olhar para todas as espécies, incluindo as vegetais, a estimativa é que a velocidade do extermínio seja mil vezes maior.

Os números, embora impactantes, só confirmam aquilo que se torna cada vez mais claro: é preciso preservar a natureza. Sistemas naturais prestam diversos serviços ecossistêmicos que garantem nosso meio de vida, como na água das cidades. Esse entendimento motivou a criação de 2.201 unidades de conservação no território brasileiro, cobrindo uma área de pouco mais de 2,5 milhões de km², sendo 28% na Amazônia.

Boa parte desse território habitado há milênios por povos tradicionais, que aprenderam a estabelecer uma relação de troca com a floresta em que todos ganham. “Não é uma conservação intocada, nos moldes que foi importado de outros países para se implementar no país”, afirma Cristina Tófoli, gerente de projetos do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE).

“Algumas pessoas ainda têm essa ideia muito forte de que a natureza tem que ser só para os animais e as plantas. Os outros primatas, não a gente. Mas se a gente for observar os lugares em que as pessoas estão envolvidas com a preservação do seu território, da sua área, é onde está mais preservado”, completou.

Embora em 1.503 dessas áreas de conservação, com 1,8 milhões de km², esteja previsto algum nível de atividade humana. Exemplos como do Vale do Ribeira, em São Paulo, mostram que na maioria das vezes existe um abismo entre quem vive da floresta e os gestores das unidades de conservação.

Uma falta de entendimento que dificulta a manutenção das tradições, e, sem elas, fica difícil manter o modo de vida. O que gera uma fuga para as cidades ou modos menos tradicionais de subsistência, como a monocultura e a pecuária, com impactos no meio ambiente.

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FONTE: Jornal da Ciência

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