Há alguns anos, começaram a ser implementadas leis que buscam proteger a vida e o meio ambiente na região da Floresta Amazônica, detentora da maior diversidade em uma floresta tropical de todo o planeta. Muitas dessas medidas foram bem-sucedidas, ocasionando uma melhora no tratamento e na preservação do local, cuja importância ecológica é inestimável.
De 2004 a 2017, as taxas de desmatamento da Amazônia caíram 76%. Essa redução se deveu à criação de áreas protegidas, ao reforço dado à legislação ambiental, ao uso de tecnologias de monitoramento na região, entre outras ações por parte do governo e de organizações. No entanto, apesar dos avanços obtidos, ainda há muitos problemas com os quais devemos lidar para garantir o bem-estar e o equilíbrio do local.
Um problema que afeta um espaço físico tão grande quanto o desmatamento na floresta é a exploração madeireira, que ameaça a diversidade da fauna e da flora do local. Foi nessa questão que seis cientistas brasileiros e um norte-americano focaram para realizar uma pesquisa na Floresta Amazônica.
De acordo com o artigo publicado hoje (17), cerca de 44% de toda a madeira tropical retirada do Pará, estado de maior produção de madeira da Amazônia, foi extraída de forma ilegal no período analisado. Segundo o estudo, há ainda altos índices de fraude relacionada a essa atividade na região. O grupo descobriu documentos que, conforme afirmam, comprovam que a quantidade de madeira sendo retirada da floresta é volumosa demais para ser extraída legalmente. Além disso, eles encontraram papéis que identificavam erroneamente as espécies de plantas que foram removidas do local. A fraude, ao permitir uma exploração excessiva do território amazônico, contribui para a degradação da flora e para a extinção de certos tipos de árvore, sobretudo o ipê, na porção leste da Amazônia.
A sugestão dada pelos pesquisadores é que o governo mude e incremente o sistema de controle da extração madeireira, tornando essa atividade mais fácil de se monitorar. No Pará, estado cujo tamanho se equipara ao do Peru, há apenas 55 profissionais cuja função é supervisionar esse negócio. O reduzido número de pessoas contratadas para esse fim facilita a existência de esquemas de fraude e corrupção, afirmam os cientistas.
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