Seis deles envolvendo a mineradora Alunorte. Uma CPI para aprofundar as investigações sobre os desastres ambientais na região já foi criada, mas ainda aguarda as indicações dos partidos para ser instalada.

O relatório da comissão externa que investigou o vazamento de rejeitos minerais em Barcarena, no Pará, deverá trazer documento da Defensoria Pública estadual que lista 26 acidentes ambientais ocorridos na região desde o ano 2000. O relatório deve ser votado pelo colegiado em setembro.

O objeto da comissão foi o vazamento de contaminantes, em fevereiro, atribuído à bacia de rejeitos da empresa Hydro Alunorte. Mas o coordenador da comissão, deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), obteve o documento que mostra outros seis acidentes envolvendo a Alunorte nos últimos anos. Também há registros de derramamento de carvão mineral; chuvas de fuligem; vazamento de caulim, que é uma espécie de argila; vazamento de óleo e até naufrágio de 5 mil bois ocorrido em 2015.

Para o deputado, é necessário abordar o assunto de forma integrada para melhorar o controle das autoridades governamentais. Ele lembra que o Pará ainda tem a previsão de outros grandes investimentos com potencial de danos ambientais como ferrovias e novos portos.

CPI

Nesta segunda-feira (13), Edmilson Rodrigues se reuniu com movimentos sociais e entidades ambientalistas com o objetivo de pedir ajuda na mobilização para que os partidos indiquem os integrantes para uma CPI que deverá aprofundar a discussão sobre os desastres ambientais em Barcarena.

 CPI sobre Barcarena já foi criada, mas apenas sete deputados foram indicados por partidos para compô-la. São necessários, pelos menos, mais 15 deputados para instalar a comissão e garantir o quórum das reuniões. O deputado argumenta que a CPI poderia sugerir mudanças com impacto nacional. “Para aperfeiçoar as normas e pactuar com as empresas e as instituições do Estado. Se não realizarmos isso, realmente os prejuízos serão irreversíveis”, destacou.

Impacto econômico
Na reunião com o deputado, Iury Paulino, do Movimento dos Atingidos por Barragens, disse que o desastre em Barcarena teve um impacto econômico significativo na região.

“A população ribeirinha, em especial, quilombolas, pescadores, indígenas e a população também que vive nas áreas urbanas, porque todos têm atividade econômica que depende do rio: o extrativismo, a pesca, a produção agrícola e o próprio turismo. Então, é difícil dizer quem é a categoria atingida; nós tratamos como uma região toda atingida”, revelou.

Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Geórgia Moraes

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