Por que o Brasil é o último lugar do mundo onde ainda existem contendas indígenas? A pergunta foi feita pelo programa Conexão Rural ao jornalista Lorenzo Carrasco, diretor do Movimento de Solidariedade Ibero-americana (MSIa) e presidente do conselho editorial deste Alerta, durante o Congresso da Aviação Agrícola do Brasil, em Maringá (PR), em 6-9 de agosto, no qual Carrasco apresentou a palestra “O ambientalismo como um novo colonialismo e seus impactos na agropecuária brasileira”.
Considerado o maior evento de aviação agrícola do mundo, o congresso reuniu 2.100 participantes de 20 estados brasileiros e oito países.
Na oportunidade, Carrasco afirmou:
Uma ideologia foi imposta pelo Conselho Mundial de Igrejas, o Cimi [Conselho Indigenista Missionário], o Instituto Socioambiental, que são organizações ideológicas que veem a questão indígena como um assunto étnico e diferente, [para eles] isso é um Brasil diferente. Então, eles criaram uma política absurda, que não existe em nenhum lugar do mundo. Porque o Brasil, no momento em que se lançou a política ambiental, tinha menos de 300 mil silvícolas. Então, como é autorreferencial, muitos se declararam [indígenas], então, dizem que hoje existem 800 mil, um milhão de pessoas, mas isto é muito relativo, porque silvícolas como tal existem muito poucos.
Olhe, eu sou mexicano, venho de um país onde existem mais de 10 milhões de indígenas. Para se ter uma ideia, sete milhões falam hoje línguas indígenas. O náhuatl, que era a língua falada pelos astecas, é falado por mais de dois milhões de pessoas. O maia, mais de 1,3 milhão de pessoas, e outras línguas. Então, no México, nunca lhe passe pela cabeça propor que vai haver uma reserva indígena, porque a população indígena está empobrecida, mas isso é um problema social, não é um problema étnico ou de nacionalidade.
E no Brasil se criou uma política absurda, a partir da Constituição [de 1988], que mudou a política do marechal [Cândido] Rondon, o marechal Rondon tinha uma política de integração, de integrar o índio ao desenvolvimento, respeitar o índio etc., mas incorporá-lo ao desenvolvimento nacional, que é a política correta. Quando veio a Constituição, se disse que não, que não havia essa política integracionista, tinha que haver uma política segregacionista, e aí vamos ter essa questão de reservas, coisas absurdas.
Eu estive recentemente no Sul do Pará, numa aldeia caiapó, e o nível de miséria é uma coisa simplesmente inacreditável.
Segundo Carrasco, o indigenismo tem sido usado como um “aríete” contra o desenvolvimento e a própria soberania do Brasil, recordando a expressão citada pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas-Bôas, para quem há um “déficit de soberania” na Região Amazônica, devido às pressões indigenistas e ambientais.
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