Chega à fase final a safra 2017/2018 de coleta de castanha na Terra Indígena Sete de Setembro, habitada pelo povo Paiter Suruí, e nas Terras Indígenas Roosevelt e Parque do Aripuanã, habitadas pelos Cinta Larga.

CASTANHA – Foto: Funai Cacoal

As áreas fazem parte do Corredor Tupi Mondé, na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, e receberam apoio da Coordenação Regional (CR) de Cacoal e da Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento – CGEtno para coleta, escoamento e transporte da castanha aos pontos de venda.

De acordo com Ricardo Prado, coordenador regional de Cacoal, de novembro de 2017, início da safra, até abril deste ano foram coletadas e vendidas cerca de 200 toneladas de castanha. A expectativa é que mais 50 toneladas saiam das terras indígenas até o término da safra, prevista para o final de junho. “Aproximadamente 120 famílias que trabalharam na coleta de castanha foram apoiadas pela Funai, a partir do fornecimento de ferramentas, combustível para equipamentos e sacarias. Participamos, ainda, no transporte e escoamento da produção, desde os castanhais aos locais de venda, evitando, assim, os atravessadores”, completou Prado.

A quantidade de castanha coletada nesta safra configura recorde na região já que em 2014/2015 o valor atingido foi de 70 toneladas, 2015/2016, após acompanhamento e aporte financeiro da Funai, 200 toneladas, 2016/2017, devido à escassez de chuva, a safra não passou de 100 toneladas.

Henrique Suruí, cacique-geral, explica a relação do povo Suruí com a castanha: “Há um tempo, cerca de 2 ou 4 anos atrás, descobrimos que a castanha tem valor e pode gerar renda à nossa comunidade. Tínhamos dificuldade para realizar a extração e transporte da castanha à cidade e hoje trabalhamos junto à Funai buscando apoio.”

Foto: CR Cacoal

Anderson Suruí, da aldeia Gamir, declara que a coleta da castanha tem grande valor agroindustrial se considerados os subprodutos, mas que ainda precisa de planejamento negocial. “A produção tem grande importância na vida do povo Paiter Suruí hoje e a Funai tem apoiado muito essa iniciativa de mercado buscando parceiros empresariais públicos e privados juntamente com indígenas e suas organizações. Temos a certeza de que o povo Paiter Suruí tem um produto de alto valor de contribuição para o mercado e economia no Brasil e até no exterior, para tanto, é necessário planejamento, investimento e consolidação da venda da castanha como produto de alto valor por ser de uma área indígena”, registrou.

Parceria

Cresce, a cada ano, a coleta de castanha no Corredor Tupi Mondé, despertando o interesse dos indígenas que ainda não participam da atividade. Sendo assim, as Coordenações Regionais de Cacoal, Ji-Paraná e Guajará-Mirim, juntamente com a Coordenadoria dos Povos indígenas de Rondônia – COPIR, têm buscado apoio do Governo do Estado de Rondônia e de parlamentares para aquisição de veículos e equipamentos que possibilitarão acesso aos castanhais e transporte da produção. Para esta safra, a Coordenação Regional de Cacoal contou com um trator, um caminhão e três barcos para o escoamento.

CR Cacoal e Ascom / FUNAI