A Embrapa é parceira do projeto em pesquisa e transferência de tecnologia.
Pescadores artesanais de camarão e seus familiares, em atividades do Projeto no Amapá.
Aproximadamente 10 mil famílias de cerca de 30 comunidades pesqueiras do Amapá, do Maranhão e do Pará já foram beneficiadas pelo Projeto Pesca Sustentável na Costa Amazônica (PeSCA), ao longo de mais de três anos. O Projeto lança na manhã desta sexta-feira, 29/6, no auditório da Embrapa, em Macapá (AP), uma publicação com o diagnóstico que avalia os contextos sociais, culturais, econômicos e ambientais em que vivem os pescadores, assim como analisam a cadeia de valor do caranguejo e de algumas espécies de camarão. Durante o evento, a Coordenadora Estadual de Execução e Articulação do projeto no Amapá, Josi Malheiros, vai apresentar os principais resultados do projeto e conduzir um debate com representantes dos vários parceiros da iniciativa. Eles irão discutir a realidade atual da pesca artesanal no Estado do Amapá, os desafios e as oportunidades do desenvolvimento das cadeias de valor da pesca artesanal e os legados que o projeto deixa com os diagnósticos.
O Projeto Pesca Sustentável na Costa Amazônica é uma cooperação entre a Unesco no Brasil e o Fundo Vale e tem o apoio da Fundação Mitsui Bussan do Brasil. Durante as atividades no Estado do Amapá, a Embrapa atuou em pesquisa e transferência de tecnologia, desde a fase de articulação, organização, avaliação e acompanhamento nas comunidades, coleta de dados e validação do diagnóstico nas localidades do município de Mazagão. Por meio deste Projeto, a Embrapa promoveu ainda a transferência da tecnologia do matapi sintético junto a um grupo de pescadores. Trata-se de um modelo alternativo ao matapi tradicional (feito de tala de palmeiras) que se diferencia pelos materiais utilizados e possui vantagens como facilidade de padronização, incluindo uma malha adequada para captura, mais facilidade e menor custo para confeccionar.
Pescadores da área de abrangência do Projeto PeSCA foram capacitados para a confecção e uso do matapi sintético e receberam o apetrecho para testes em suas comunidades. Esta fase de testes continua sendo acompanhada pelo pesquisador Jô de Farias Lima, da Embrapa, e pelo pesquisador Luís Maurício Abdon da Silva, do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa). “A Embrapa também atuou na capacitação técnica de jovens protagonistas da sustentabilidade”, acrescentou Josi Malheiros. Também atuaram pela Embrapa, os pesquisadores Nagib Jorge Melém Junior, Antônio Cláudio Almeida de Carvalho, Jamile Araújo, Cesar Santos, e o analista Daniel Montagner.
O objetivo do Projeto PeSCA é melhorar a renda e a qualidade de vida dos pescadores do litoral dos estados do Pará, Maranhão e Amapá, e também a garantir que a cadeia produtiva dos recursos pesqueiros locais seja sustentável ecologicamente, economicamente e socialmente. O diagnóstico conta com a parceria da Conservação Estratégica (CSF-Brasil) e poderá subsidiar a formulação de políticas públicas na região. O Projeto realizou dois diagnósticos em cada um dos três estados (Amapá, Maranhão e Pará): o Diagnóstico Sociocultural, Econômico e Ambiental, com o intuito de compreender o contexto de vida das comunidades e dos pescadores artesanais de camarão e caranguejo; e o Diagnóstico das Cadeias de Valor da Pesca, para mapear e analisar todos os elos da cadeia de produção e comercialização dos pescados, desde sua captura até o consumo final.
Dulcivania Freitas. Com informações do site Unesco Brasil. (DRT-PB 1.063/96)
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