Representantes de órgãos governamentais de monitoramento e controle ambiental avaliam que Brasil tem condições de atingir as metas para redução das emissões de gases de efeito estufa, combatendo o aquecimento global e as mudanças climáticas.

A pecuária é apontada como um dos vilões do desmatamento – Sidney Oliveira/Agência Pará    

O Brasil se comprometeu, no Acordo do Clima de Paris, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, até 2025, e em 43%, até 2030.

Dados oficiais mostram que, de 2015 para cá, houve diminuição de 12% no desmatamento ilegal na Amazônia e em torno de 40% no Cerrado. Ainda assim, o desmatamento do Cerrado é proporcionalmente maior do que o da Amazônia.

Os principais responsáveis pelo desmatamento são a pecuária, a produção de grãos, o garimpo ilegal e a especulação sobre imóveis rurais, de acordo com participantes de audiência pública da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, do Congresso Nacional.

Para que as taxas de desmatamento continuem caindo, o coordenador geral de Fiscalização Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Renê Oliveira, diz o que é preciso.

“É o engajamento institucional de todas as instituições públicas envolvidas – do terceiro setor e do setor produtivo – justamente para que todos possamos olhar com esses mesmos olhos, que é a necessidade de desenvolver alternativas de sustentabilidade ambiental e, obviamente, com isso, também a sustentabilidade econômica.”

Apontado como o grande vilão do desmatamento, o setor agropecuário se defende. João Carlos de Carli, assessor da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), aponta caminhos.

“Uma melhoria de pastagem permite um estoque gigantesco carbono na raiz. Se você conseguir fazer melhoria do rebanho, você está conseguindo colocar muito mais animal, mais carne por hectare. Uma melhoria num plantio de soja, de milho, onde você consegue colocar mais grãos por área, você está melhorando muito porque não precisa abrir novas áreas. Nós precisamos de tecnologia e que essa tecnologia chegue ao setor agropecuário. Porque hoje é extremamente caro para algumas áreas do setor agropecuário uma tecnologia de ponta como hoje são apresentadas para a gente.”

Já Cláudio de Almeida, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ressalta a importância de se manterem as florestas.

“A floresta é um gerador de benefícios, seja protegendo águas, seja evitando emissão de carbono, você tem a questão de biodiversidade… Então, temos que encontrar mecanismos de compensação, que possam fazer valer a pena manter essa floresta em pé.”

A Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional vai continuar discutindo o combate ao desmatamento ilegal em novas audiências públicas.

Reportagem – Newton Araújo
Edição – Ana Chalub

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