Abrigo das Nações Unidas para receber venezuelanos em Roraima – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Comissão externa da Câmara destinada a acompanhar a situação esteve em acampamento onde estão alojados 635 venezuelanos. Relatório sugerindo novas ações deve ser apresentado até o fim do mês.

A comissão externa da Câmara destinada a acompanhar o fluxo crescente de migrantes Venezuelanos a Roraima visita acampamentos no estado e considera que situação agravou-se com as chuvas e a falta de estrutura. Os parlamentares da comissão estavam acompanhados de representantes das Forças Armadas e do governo local e se reuniram nesta quinta-feira (10) com o comando da Operação Acolhida, responsável pela assistência aos refugiados.

O coordenador da comissão, deputado Carlos Andrade (PHS-RR), falou com a Rádio Câmara diretamente do Abrigo Floresta, onde estão 635 venezuelanos e destacou as dificuldades que a falta de estrutura está trazendo para os migrantes, para a população local e para o poder público.

“Estamos num período chuvoso aqui na região Norte. As dificuldades se agravaram porque antes nós víamos muitos imigrantes nas praças de Boa Vista. Esse pessoal todo já foi relocado para oito abrigos, onde estão acomodados aproximadamente 3.985 imigrantes venezuelanos”, relatou.

Novas ações
A comissão deve apresentar até o final do mês relatório com sugestões para que novas ações sejam implantadas por parte do poder público.

40 mil venezuelanos já migraram para Roraima, o que representa mais de 10% da população original de Boa Vista. A Organização das Nações Unidas estima que 800 migrantes cruzam por dia a fronteira com o Brasil, em Pacaraima.

Os venezuelanos querem escapar da escassez de alimentos e remédios, da instabilidade política e de uma inflação galopante de 700% em seu país, que corrói a moeda e faz com que cada vez mais pessoas busquem comida até mesmo no lixo.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Geórgia Moraes
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