Os resultados das pesquisas e intercâmbio entre diversas instituições sobre as análises da redução de desmatamento nas 70 Unidades de Conservação de Uso Sustentável (beneficiárias do Programa Bolsa Verde) – apresentados no final de abril, em Brasília – contaram com a participação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

O encontro nacional foi organizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), juntamente, com a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR/MMA). Nesse workshop, foram apresentados os resultados das oficinas regionais realizadas entre outubro de 2017 e fevereiro de 2018 com os comunitários de 70 Unidades de Conservação sobre desmatamento, ameaças, desafios e oportunidades. Participaram lideranças e gestores das Unidades de Conservação (UCs), equipes técnicas do Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes (ICMBio) e pesquisadores que estudam o Programa Bolsa Verde, incluindo o Cemaden.

A pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson, com trabalhos científicos na linha “Riscos e Desastres Associados a Incêndios Florestais”, participou desse evento, juntamente com a pesquisadora Ana Carolina Pessoa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A pesquisadora apresentou os resultados da avaliação sobre as práticas locais das comunidades tradicionais, para entender os riscos e impactos de secas e cheias extremas na Amazônia, realizada na Floresta Nacional de Tefé, no estado do Amazonas. Além disso, identificaram as estratégias de mitigação para o uso do fogo nessas comunidades.

Nos estudos desenvolvidos junto às comunidades tradicionais, as pesquisadoras apontaram que o Programa Bolsa Verde teve um papel significante na redução do desmatamento nas unidades de conservação, quando comparados as outras que não receberam o recurso.

“As oficinas entre as instituições foram muito importante para coletar as visões e experiências dos gestores das Ucs, as quais contribuem para redesenhar o programa, de forma que ele seja mais eficiente em atingir seus objetivos.”, afirma a pesquisadora Liana Anderson, do Cemaden e destaca : “Os pontos chaves referem-se ao fortalecimento de ações locais das comunidades, necessidade de capacitação dos gestores e comunitários, além da e melhoria na comunicação entre as comunidades com gestores, ICMBio e entre ministérios.”

Pesquisas apontam faltam de dados econômicos dos impactos de desastres socioambientais

A pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson, vem desenvolvendo, também, pesquisas integradas com diversas instituições para avaliar os impactos no clima provocados pelas secas e cheias extremas na Amazônia e os impactos do desmatamento. Recentemente, participou do artigo “Re-thinking socio-economic impact assessments of disasters: the 2015 flood in Rio Branco, Brazilian Amazon”. O trabalho científico foi coordenado pela pesquisadora Dorien Dolman e publicado no “Journal of Disaster Risk Reduction”. Essa pesquisa está disponibilizada no endereço: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2212420918305259

O trabalho científico envolveu as Universidades de Wageningen (Holanda) e da Federal do Acre, Cemaden e Defesa Civil do Estado do Acre. Conforme explica a pesquisadora do Cemaden, a constatação da falta de dados de custos socioeconômicos – resultantes dos impactos dos desastres socioambientais – dificultam as ações estruturantes e os investimentos necessários para as políticas públicas voltadas à mitigação dos desastres.

Fonte: Cemaden

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http://amazonia.org.br/2018/05/relatorio-sobre-reducao-de-desmatamento-em-unidades-de-conservacao-tem-a-participacao-do-cemaden/