A forte alta nos preços do gás de botijão, no ano passado, elevou de 16,1% para 17,6% o número de lares brasileiros que passaram a usar lenha e carvão vegetal para cozinhar, representando 1,2 milhão de pessoas. A informação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no final de abril (Extra, 26/04/2018).
O aumento se concentrou, principalmente, na Região Nordeste, onde a proporção de usuários de lenha e carvão passou de 22,1% para 24,1%.
Em 2017, o preço do gás subiu 16%, mais que cinco vezes a inflação do período. A causa principal foi a nova metodologia de reajuste da Petrobras, que passou a repassar com mais frequência as variações no custo do produto.
No Maranhão, 44,9% das famílias usam carvão ou lenha para cozinhar. No Piauí, essa parcela chega a 32,9%.
Um estudo da ONG dinamarquesa Copenhaguen Consensus, divulgado em 2015, estabeleceu que quase a metade das 49 mil mortes anuais de brasileiros causadas por efeitos da poluição do ar se devia ao uso de lenha e outros combustíveis sólidos em fogões rústicos, principalmente, no interior do País, acarretando doenças várias doenças cardiorrespiratórias. Com o aumento do uso desses combustíveis, o problema tende a agravar-se.
É vergonhoso que, em 2018, semelhante proporção de brasileiros ainda tenha que recorrer à lenha, um dos combustíveis mais primitivos usados pela humanidade, ou ao carvão vegetal, mais adequado para churrascos, para uma necessidade básica como cozinhar. E mais ainda que o problema seja decorrente da criminosa política de conversão da Petrobras em uma mera “empresa de negócios”, praticada pelo atual governo.
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