Na semana passada (24), lideranças da Terra Indígena (TI) São Marcos reuniram-se com o Coordenador Regional da Funai de Roraima, Armando Neto, e com o superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, Plácido Alves, para discutirem sobre projetos de etnodesenvolvimento na região.
Povos Wapichana, Tuaurepang e Macuxi do alto, baixo e médio São Marcos decidiram pelo desenvolvimento da bovinocultura leiteira, de corte, piscicultura em tanque escavado e mecanização da agricultura. Cerca de 10 mil integrantes da comunidade serão beneficiados pelos projetos geridos pela Funai por meio de investimentos adquiridos junto a parlamentares.
A etnobovinocultura leiteira foi o empreendimento escolhido para desenvolvimento pelas lideranças do alto São Marcos. A comunidade, que já desenvolve a pecuária de cria e recria, pretende diversificá-la implantando uma pequena bacia leiteira de alta tecnologia que se adeque aos costumes e tradições. O sistema completo de produção de leite na TI contará com investimentos precisos na qualidade genética do plantel, na estrutura para suporte forrageiro, manejo, coleta do leite, processamento, resfriamento e comercialização, considerando o conhecimento tradicional indígena.
Armando Neto comemora a conquista: “Viabilizamos parcerias e conseguimos um recurso que as comunidades da TI São Marcos buscavam há 13 anos. Isso é uma grande conquista que nos encoraja e renova a nossa força de vontade de ajudar os povos indígenas.”
De acordo com a Associação dos Povos Indígenas da Terra São Marcos – APITSM, a implantação de alternativas sustentáveis e produtivas possibilitarão o incremento e a melhoria da dieta alimentar e o excedente será comercializado no município de Pacaraíma e em toda a região norte de Roraima, de modo a manter e ampliar a produção. O leite e derivados produzidos na terra indígena também serão primordiais para atender à demanda alimentar das escolas nas aldeias que, atualmente, conta com a compra de alimentos industrializados para preparação das merendas.
Funai, MAPA e Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima- ADERR estarão envolvidos na implantação da atividade, que será pioneira na região por contemplar todo o ciclo de produção, segurança alimentar e taxa de retorno econômico, trazendo benefícios à comunidade indígena envolvida.
Ascom/Funai
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