Na última quinta-feira(17), a Funai em Cacoal-RO promoveu a primeira edição do Dia Especial para Cafeicultura Indígena junto ao povo Paiter Surui, na Terra Indígena Sete de Setembro.
Cerca de 70 indígenas da aldeia Lapatenha estiveram presentes no evento, que enfatizou o cultivo do café colonial, com ênfase na colheita e pós-colheita, visando à qualidade do produto, já que o povo Paiter Suruí firmou, recentemente, parceria para exportação de café.
Para realização do Dia Especial, a Funai contou, ainda, com o apoio da Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia(EMATER), da Secretaria de Estado da Agricultura(SEAGRI), do Distrito Sanitário Especial Indígena de Vilhena(DSEI-Vilhena), da Coordenadoria dos Povos Indígenas de Rondônia(COPIR) e da Prefeitura Municipal de Cacoal.
Os Paiter Suruí comemoraram a realização do evento que era reivindicação antiga da comunidade. Celso Suruí, vice-cacique da aldeia, declarou: “Esse encontro foi um sucesso. Esperamos que aconteça outras vezes”. Já Anine Suruí, liderança tradicional da comunidade, se disse feliz pelo Dia Especial que, segundo ele, representa esperança de reconhecimento: “Estou muito feliz por esse dia. O Povo Paiter Surui estava desacreditado em conseguir o apoio técnico da Emater e ser reconhecido como produtores que somos, mas agora acredito que teremos continuidade no nosso projeto”, afirmou Anine.
Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)
Durante o encontro, representantes da SEAGRI anunciaram o aporte financeiro para famílias indígenas inseridas no Programa de Aquisição de Alimentos(PAA). O limite atual é de R$ 3.500,00 anuais e passa a vigorar, a partir de junho/2018, o limite de R$ 6.300,00.
Atualmente existem 18 famílias do Povo Paiter Surui que participam do PAA, fornecendo banana, mandioca, cará, castanha e mais produtos cultivados nas aldeias.
Encontros vindouros
A Coordenação Regional de Cacoal e a Emater anunciaram o próximo evento relacionado à cafeicultura indígena para a primeira quinzena de julho, na Aldeia Kabaney.
Enquanto a abordagem do primeiro encontro esteve voltada à apresentação de vídeos, a proposta agora será promover a oficina diretamente na lavoura, enfatizando as boas práticas de poda do café.
O povo Paiter Suruí iniciou o cultivo de café na década de 80. Com a demarcação e retirada dos colonos das terras tradicionais indígenas, a comunidade Suruí se apropriou das plantações abandonadas e, desde então, tem mantido as lavouras.
Com a chegada do café colonial, lavouras antigas foram substituídas por novas, que produzem mais e exigem mais cuidados.
O Estado de Rondônia ocupa, atualmente, o quinto lugar na produção de café nacional. Segundo dados da EMBRAPA, os Paiter Suruí, se considerados como família única, são os maiores produtores de café do estado e um dos maiores do país.
Foto: Arquivo/Funai
Coordenação Regional de Cacoal e Ascom – FUNAI
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