Durante o mês de abril, uma equipe formada pela Funai (Coordenação Regional do Rio Negro, Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial e Coordenação-Geral de promoção ao Etnodesenvolvimento), Instituto Socioambiental(ISA) e Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro(Foirn) percorreu a região dos Rios Apapóris e Traíra em direção à Terra Indígena Alto Rio Negro para realizar oficina de elaboração de Plano de Gestão Territorial e Ambiental(PGTA). 

O evento aconteceu na comunidade Cachoeira do Machado, localizada à margem brasileira do rio Traíra. Estavam presentes lideranças das comunidades Puerto Lopez (Colômbia), Santo Baltazar da Cachoeira das Andorinhas, Vila José Mormes e comunidade Desana. A oficina contou, ainda, com parceria dos pesquisadores colombianos Nelson Ortiz, Álvaro Cesar Velasco Alvarez e Juan Carlos Peña Márquez.

Segundo Douglas Souza Pereira, indigenista especializado da CGEtno, “a construção do PGTA com essas comunidades localizadas em uma região de difícil acesso busca efetivar a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial das Terras Indígenas (PNGATI) que compreende ações de proteção territorial e dos recursos naturais, governança e participação indígena, áreas protegidas e terras indígenas, prevenção e recuperação de danos ambientais, educação ambiental e uso sustentável de recursos naturais, bem como iniciativas produtivas indígenas”.

A atividade buscou consolidar informações, debater a territorialidade e o modo de ser das comunidades indígenas, no intuito de construir entendimentos e estabelecer seus principais desafios e potencialidades.

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Foto: Douglas Souza/Funai

O trabalho foi desenvolvido por meio da Poligrafia Social (ou mapas falantes), metodologia que propõe construir, a partir do desenho coletivo, mapa de diagnóstico e mapa de possíveis soluções para os problemas enfrentados pelas comunidades em seus territórios.

Segundo Juan Carlos Peña Marquez, educador colombiano que participou da oficina como colaborador, a intenção da metodologia utilizada na oficina era provocar “um diálogo entre as pessoas e seu território, dando à terra a possibilidade de falar”.

Na oportunidade, cada comunidade expôs suas visões e expectativas acerca de trabalho, educação, saúde, meio ambiente e nacionalidade, tendo como ponto de partida para reflexões as memórias, tradições, relações com a terra e o espaço, lugares sagrados e desafios de ordem socioambiental que têm interferido no cotidiano.

Coordenação-Geral de Monitoramento Territorial(CGMT) e Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento(CGEtno)

FONTE: FUNAI