Mais de 3,4 mil mudas de diferentes espécies foram plantadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no primeiro bimestre de 2018, como parte das ações do Programa Carbono Neutro (PCN) Idesam. O plantio visa a compensação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) por meio da recuperação de áreas degradadas.
Oito dos 27 Sistemas Agroflorestais (SAFs) acompanhados pelo Idesam receberam áreas adicionais e realizaram o plantio das mudas em aproximadamente três hectares. Açaí, andiroba e graviola representaram a maior parte das árvores plantadas e a escolha se deu pelo mercado em potencial que essas espécies possuem.
As áreas plantadas em 2018 foram previamente escolhidas com base em um levantamento feito em 2017, além de levar em consideração o empenho dos produtores em cuidar de seus SAFs. Durante o tarbalho de plantio, o grupo de técnicos do Idesam realizou o transporte de insumos em toda área da RDS, levando calcário agrícola, fosfato natural, esterco bovino, cavadeiras, facões e sementes para facilitar a vida dos produtores.
Um dos técnicos responsáveis pela atividade, Jefferson Araújo, ressalta que o plantio foi realizado conforme o planejado, respeitando o período de aclimatação das mudas (espécie de adaptação com o clima local), o que evitou maiores perdas por conta das chuvas mais recorrentes na época.
Muito além da plantação das mudas, as atividades do Idesam no local criaram a oportunidade de conversas e cursos de aperfeiçoamento das práticas de plantio de SAFs. “Os membros da equipe e os produtores tiraram dúvidas quanto ao processo de adubação, plantio das mudas e sistemas agroflorestais. É importante ressaltar também que o processo de transporte desse material (necessário para o plantio) se torna bastante caro, por conta do frete e da mão de obra, dois itens indispensáveis”, destaca Araújo.
Para o coordenador dos plantios do PCN, Ramom Morato, é importante que os beneficiários se sintam parte de um grupo, que voltem a trabalhar em mutirões e que a Reserva possa ser uma referência em agroecologia e práticas sustentáveis, o que tem acontecido, na sua avaliação. Morato destaca também a promoção de intercâmbios entre investidores e beneficiários, inserindo os moradores da RDSU num contexto de turismo sustentável de base comunitária.
“O principal retorno se dá logo no início, pois as mudas e sementes são comercializadas por pessoas da própria RDS que foram capacitadas na coleta de sementes, escalada em árvore e preparo de mudas, para abastecer o PCN. Existem quatro viveiros estruturados dentro da reserva em locais estratégicos e a implantação e preparo das áreas são realizadas pelos comunitários, que recebem pelo dia trabalhado e são capacitados para a realização das tarefas”, explica Morato.
Para complementar as estratégia de geração de renda, o Idesam irá implantar, ainda em 2018, uma usina de extração de óleos vegetais. Atualmente, a RDS do Uatumã também já está inserida no selo “Origens Brasil” para produtos da sociobiodiversidade e ampliação de mercado.
Por Henrique Saunier
Imagem de Jefferson Araújo
FONTE: IDESAM
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