Educação, saúde, questões de gênero e mudanças climáticas formaram a tônica dos debates que a 2ª Oficina de Diálogo de Mulheres Indígenas realizou, de 2 a 4 de abril, no município de Lábrea, Estado do Amazonas. Cerca de setenta mulheres estiveram presentes no evento representando os povos Paumari, Apurinã, Jamamadi, Madiha Deni, Jarawara, Suruwaha, Mamori, Banawa, Karipuna, Katukina, Mura, Juma. Todos habitam a região do Rio Purus.

Foto: FUNAI

O objetivo foi o de contribuir para a participação das mulheres indígenas na formulação de políticas públicas. Além da troca de experiências, o encontro também abordou a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas.

Thaíse Potiguara, Coordenadora do Fórum dos Povos Indígenas do Rio Grande do Norte, salientou que, embora parte das mulheres indígenas desconheça os conceitos utilizados pela sociedade não indígena, todas elas fazem a gestão cotidiana de suas comunidades.

“Somos nós que temos a preocupação de cuidar do território para o futuro. A consciência das mulheres também envolve a defesa da aldeia e a manutenção dos jovens dentro do território para fazer essa gestão. São as mulheres indígenas que estão ensinando para o governo como se faz a gestão do território, pois, mesmo com todas as dificuldades, estão mantendo seus territórios em pé para que seus filhos e netos possam ter onde morar e do que sobreviver”, declarou.

Espaço Nacional de Diálogo

No ano de 2012 em Brasília, uma ação articulada entre a Funai, a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) resultou num encontro de mulheres indígenas, que representaram organizações indígenas de todas as regiões do Brasil. Na ocasião, foi criado o Espaço Nacional de Mulheres Indígenas. Sua estrutura itinerante tornou possível ouvir as demandas das mulheres indígenas nas localidades onde elas vivem.

A coordenadora-geral de Promoção da Cidadania da Funai, Léia do Vale, destacou que o órgão tem empreendido esforço contínuo para o fortalecimento desse espaço de diálogo. “A importância da existência do Espaço é que ele propicia a escuta, a apresentação de demandas e de ações articuladas entre o Estado brasileiro e os povos indígenas, com recorte de gênero”, afirmou.

Parcerias

O evento foi promovido pela Coordenação Geral de Promoção da Cidadania (CGPC/DPDS), Coordenação Geral de Gestão Ambiental (CGGAM/DPDS), Coordenação Regional do Médio Purus e suas Coordenações Técnicas Locais, em parceria com a Comissão Organizadora local composta por mulheres indígenas da região do Médio Purus. Colaboraram também para a realização do Encontro a Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (FOCIMP), o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).

Dentre as mulheres indígenas que compõem o Espaço Nacional, estiveram presentes representantes do Conselho Continental da Nação Guarani (CCNAGUA), da Federação das Nações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira (UMIAB), do Conselho Indígena de Roraima (CIR), da Organização das Mulheres Indígenas do Mato Grosso e do Fórum dos Povos Indígenas do Rio Grande do Norte.

 

Também foram parceiros fundamentais a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM), a Secretaria Municipal de Saúde de Lábrea, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Associação de Mulheres Indígenas do Médio Purus (AMIMP).

Ascom/Funai – Mulheres Indígenas reúnem comunidades do Rio Purus no Amazonas — Fundação Nacional dos Povos Indígenas (www.gov.br)