Na maior apreensão de madeira registrada em Roraima, agentes do Ibama confiscaram 7.387 toras extraídas da Terra Indígena (TI) Pirititi, onde vivem índios isolados.

Quase todas as toras estavam estocadas em uma fazenda vizinha à terra indígena. O restante foi encontrado ao longo de 20 km de estradas clandestinas dentro de Pirititi.

A estimativa é de que as toras somem cerca de 14.500 m³ de madeira. O volume seria suficiente para lotar 350 carretas biarticuladas.

Segundo o analista ambiental do Ibama Diego Bueno, a exploração ilegal foi localizada por meio de imagens de satélites e confirmada via sobrevoo de helicóptero.

Bueno, que coordenou a parte terrestre da operação, explica que as madeiras seriam esquentadas por meio de autorizações de exploração florestal expedidas pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), uma prática comum na Amazônia.

Vulneráveis a fraudes, as autorizações muitas vezes registram estimativas infladas de árvores nas áreas de exploração legal. Os créditos excedentes acobertam a madeira roubada de áreas protegidas.

O Ibama não revelou o nome das fazendas e das empresas envolvidas, sob a justificativa de que as investigações estão em curso.

A maior parte das toras é das espécies cupiúba, massaranduba, tauari, angelim-ferro e angelim –que deu o nome à operação. O principal destino da madeira de Roraima é o mercado interno brasileiro, via porto de Manaus.

A TI Pirititi está localizada em Rorainópolis, no sul do estado. Tem 40.095 hectares e encontra-se em fase de estudo, com acesso interditado, o que proíbe qualquer exploração econômica.

A presença de índios isolados foi confirmada pela Funai por meio de sobrevôo, em 2011. O grupo foi identificado como pirititi ou tiquiriá e seria parente dos waimiri-atroaris, da mesma região.

https://www.bemparana.com.br/ – FABIANO MAISONNAVE – MANAUS, AM (FOLHAPRESS)

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