Cerca de 40 indígenas estão ilhados em aldeia na região da Ilha do Bananal. Operação contará com apoio do Exército e grupo deve ser levado para ginásio de esportes em Lagoa da Confusão.
Cerca de 40 indígenas da etnia Krahô serão retirados da aldeia Takaywrá, em Lagoa da Confusão, devido à cheia do rio Formoso na região da Ilha do Bananal. Segundo o coordenador regional da Funai Araguaia – Tocantins, Eduardo Macedo, o grupo vinha sendo monitorado há algumas semanas e agora precisará ser retirado.
“Uma equipe da Funai esteve na região na semana passada para levar alimentos e água potável porque a água tinha subido muito. Ficamos aguardando para ver se a situação iria melhorar ou não”, contou.
Conforme o coordenador, o cacique informou que nos últimos dias a água começou a alagar as casas e comprometeu as fontes de água potável. Por causa disso, nesta terça-feira (13) foi feita uma reunião entre a Prefeitura de Lagoa da Confusão, Exército, Defesa Civil Estadual e Funai para definir uma estratégia de retirada dos indígenas.
Conforme o 22º batalhão de infantaria do Exército, o planejamento de logística está sendo finalizado e os indígenas devem ser resgatados nos próximos dias. O grupo deve ser levado para um ginásio na cidade.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca de 100 milímetros na região desde o começo de março. Em fevereiro, a região receu mais de 500 milímetros, mais que o dobro do que era esperado para o período.
Entenda
Aldeias indígenas da etnia Krahô ficaram completamente isoladas no sudoeste do Tocantins após rios transbordarem pelo excesso de chuvas no final de fevereiro. Uma das situações mais graves era a da Aldeia Takaywrá, onde passa o rio Formoso. As casas foram invadidas pela água.
Animais estariam morrendo afogados, inclusive os usados pelos indígenas para a própria alimentação. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos e o Ministério de Direitos Humanos brasileiro foram avisados sobre o caso.
Segundo a Defensoria Pública, não há condições de moradia digna na aldeia no momento. A maioria da comunidade é formada por idosos e crianças, que vivem em extrema pobreza.
O Governo do Tocantins decretou situação de emergência em seis cidades da região, incluindo Lagoa da Confusão, onde fica a Aldeia Takaywrá. Lavouras e pastos estão submersos em várias propriedades rurais e ainda não há uma estimativa do tamanho do prejuízo.
Exército começa resgates de indígenas em áreas alagadas no sudoeste
Algumas famílias já estão alojadas no ginásio de esportes de Lagoa da Confusão, mas maior parte dos indígenas deve ser retirada da aldeia durante a quinta-feira (15).
O Exército começou a resgatar os indígenas que ficaram isolados na aldeia Takaywrá, da etnia Krahô, após as chuvas no sudoeste do Tocantins. Um grupo de cerca de 10 pessoas já está instalado no ginásio de esportes de Lagoa da Confusão, mas a maior parte dos 40 moradores só deve ser retirada no local nesta quinta-feira (15).
O acampamento improvisado foi montado pelo 22º Batalhão de Infantaria do Exército com barracas cedidas pela Defesa Civil. Uma cozinha comunitária também deve ser montada, mas os indígenas dizem que não receberam colchões, panelas ou mantimentos.
O prefeito de Lagoa da Confusão, Nelson Alves (PRB), disse que ainda não sabe se a prefeitura terá que providenciar os objetos ou se isto será feito pelo Exército ou pela Defesa Civil. A questão será discutida durante a manhã. A expectativa é que o trabalho de retirada dos moradores dure o dia todo.
A distância entre o centro de Lagoa da Confusão até a aldeia é de 30 quilômetros, mas a estrada está interditada. Isso porque um fazendeiro da cidade mandou abrir uma cratera na TO-181 para drenar a plantação de arroz alagada pelas chuvas. O homem está sendo investigado pela Polícia Civil.
Por causa disso, para buscar os indígenas, os militares terão que percorrer um desvio que aumenta o percurso em mais 30 quilômetros.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca de 100 milímetros na região desde o começo de março. Em fevereiro, a região recebeu mais de 500 milímetros, mais que o dobro do que era esperado para o período.
FONTE: G1
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http://amazonia.org.br/2018/03/indigenas-devem-ser-resgatados-de-aldeia-apos-cheia-no-rio-formoso/
http://amazonia.org.br/2018/03/exercito-comeca-resgates-de-indigenas-em-areas-alagadas-no-sudoeste/
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