Até 13 de fevereiro, quem passar por São Paulo vai poder conhecer um pouco mais da história de povos indígenas da Amazônia.
Os conhecimentos sobre a fauna e a flora, a medicina natural, bem como pinturas e artes do povo Huni Ku , que vive entre o Peru e o Acre, estão em exposição no espaço Itau Cultural, na capital paulista.
Intitulada “Una Shubu Hiwea (UNÁXUBÛ RIEUÁ) – Livro Escola Viva do Povo Huni Ku do Rio Jordão”, a mostra nasceu de um projeto com os indígenas, como explicou Anna Dantes, uma das curadoras da exposição, em entrevista à Rádio Nacional.
“Uma das características principais deste trabalho Una Shubu Hiwea é que ele é um trabalho onde os pesquisadores são os Huni Ku . Eles trabalham há muito tempo com as próprias medicinas, com os parques e, também, com os cadernos. [Na] iniciativa desse projeto junto com o Itaú, a gente deixou cadernos em todas as aldeias do rio Jordão Tarauacá. No ano seguinte a gente começou o registro e viu que era um trabalho maravilhoso e isso deu origem ao projeto da exposição”.
Anna Dantes também ressaltou que a exposição vai além de mostrar a sabedoria, a cultura e a arte desse povo.
“[O trabalho] também contou com a edição de um livro que foi distribuído na floresta para todas as escolas, onde um pajé, um aprendiz de pajé, pode ver o trabalho que o outro está realizando, porque é um livro que compreende todos os cadernos na mesma edição. E também um copichaua, que é uma maloca grande, central na aldeia, na aldeia do Dua Busë, o Dua Busë é o pajé que coordena esse projeto lá na floresta.”
Rita, que é do povo Huni Ku , acompanhou o Pajé Dua Busë (DUÁBUSSAN) na recepção aos visitantes da mostra e destaca a importância de levar para outras partes do Brasil a cultura indígena.
“Tanto pra gente quanto pra vocês, na cidade, é importante, pra vocês estarem conhecendo, saberem quem é o povo Huni Ku , saber da onde vem, como surgiu. Então, é importante a gente trazer, mostrar e repassar essa sabedoria de geração para geração, não só para os indígenas, mas também para o povo branco, que a gente chama de “Nauá”, que são vocês da cidade.”
A exposição, que traz também produções audiovisuais e oficina de colagem, pode ser visitada de terça à sexta, das 9h às 20h, e nos finais de semana e feriados, de 11h às 20h. A entrada é gratuita.
FONTE: EBC
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