A Funai participou da oficina de Trabalho “Deslocamentos indígenas na Venezuela e no Brasil: intercâmbio de conhecimentos”, realizada nos dias 26 e 27 de setembro de 2017, em Boa Vista (RR). O evento foi promovido pelo Ministério Público Federal (MPF) com apoio do Instituto de Antropologia da Universidade Federal de Roraima UFRR e do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). 

O objetivo foi discutir a situação atual e os direitos dos venezuelanos que têm se deslocado para o Brasil, especialmente dos indígenas Warao, da região do Delta do Orinoco, a fim de ampliar conhecimentos e trocar experiências de estudo e pesquisa que contribuam para os diálogos interculturais em curso entre agentes públicos e os imigrantes.

A Coordenadora-Geral de Promoção da Cidadania da Funai, Léia do Vale Rodrigues, representou o presidente Franklimberg de Freitas na mesa de abertura. Entre os participantes, estavam representantes do MPF, da UFRR, do Acnur, da Polícia Federal, da Associação Brasileira de Antropologia (ABA). Foram tratados temas como estudos antropológicos sobre os Warao, estudos e pesquisas em curso sobre deslocamento de indígenas e não indígenas e desafios para a implementação de direitos. 

O segundo dia foi reservado para realização de atividades em grupos, com o objetivo de tratar questões relacionadas aos temas debatidos no dia anterior. De acordo com Martinho de Andrade Junior, da Coordenação de Gênero e Assuntos Geracionais, que participou pela Funai no grupo de trabalho com as mulheres Warao, há uma demanda forte por trabalho entre elas. As indígenas venezuelanas solicitaram que seja feito mapeamento de talentos para que possam ser melhor apoiadas. Elas costuram e fazem artesanato e precisam vender o que produzem para comprar alimentos e medicamentos. A venda de artesanato é um projeto familiar e importante para a preservação de toda a sua história e cultura, relata Andrade.

 

Ana Heloisa d’Arcanchy

Ascom/Funai