Os pesquisadores-visitantes vieram a convite do pesquisador do Inpa, o entomologista José Albertino Rafael, para colaborarem com o trabalho de identificação de espécies do acervo da Coleção de Insetos.

Dois renomados pesquisadores que trabalham com insetos, os doutores Dalton de Souza Amorim da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e Daniel John Bickel do Museu Australiano, em Sidney, estiveram em Manaus (AM), no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), para ajudar na identificação de alguns grupos Dipteros (moscas e mosquitos) da Coleção de Insetos do Instituto. Eles aproveitaram para trocar experiência com professores e alunos de pós-graduação em Entomologia e falar sobre as pesquisas que desenvolvem em suas instituições.    

Os pesquisadores-visitantes vieram a convite do pesquisador do Inpa, o entomologista José Albertino Rafael, para colaborar com o trabalho de identificação de espécies do acervo da Coleção de Insetos. O Dr. Bickel atua com a família Dolichopodidae, aquelas moscas verdes-metálicas, mas que não é a varejeira, e o Dr. Dalton, com várias de grupos de Dípteros.

“O Inpa tem hoje uma das melhores Coleções do mundo de material amazônico, que atrai pessoas do mundo todo”, diz Rafael. “Os dois pesquisadores vieram até aqui para estudar um grupo de insetos que possuímos e ajudar a desvendar nossa riqueza de fauna”, ressalta. Os pesquisadores visitaram a Reserva Ducke e a Estação Experimental de Silvicultura (ZF-2), localizada no Km 50 da  BR-174, para coleta material.

Segundo Rafael, na amostragem, os pesquisadores-visitantes tiveram a oportunidade de ver, na Coleção de Entomologia, vários organismos novos que serão descritos em breve. “Temos espécies novas a todo momento para serem descritos. Nossa riqueza é enorme”, destaca o pesquisador.

Durante a visita, que iniciou na segunda-feira (18), os pesquisadores-visitantes fizeram uma palestra para alunos e professores de mestrado e doutorado em Entomologia. O Dr. Bickel falou sobre a “Diversidade sem fim: a vida do planeta pode ser completamente descrita ou a Taxonomia tem limites?”. Já o Dr. Dalton Amorim falou sobre a “Diversidade e distribuição de Diptera na Floresta Atlântica: unidades de análise, endemismo e risco de extinção em massa”. As palestras aconteceram na tarde de quarta-feira (20), no auditório da Entomologia. 

Ao ser indagado quanto ao número de espécies de insetos que ainda faltam ser descritos, Amorim explica: “se pensarmos em moscas e mosquitos da Amazônia, podemos prever certamente alguns milhares de espécies que ainda não foram descritas e que estão na Coleção”, diz o pesquisador ao acrescentar que existem muitos outros milhares na Amazônia inteira ainda precisando ser coletadas e descritas.

Já o pesquisador do Museu da Austrália, Daniel Bickel, comenta que antes de vir para o Inpa ele não imaginava o tamanho da Coleção, a qualidade de material que foi coletado e o conhecimento que os especialistas do Instituto detêm. Ele, agora, não só tem uma ideia clara dessa área de trabalho desenvolvida no Inpa, que é a sistemática de insetos, mas também de entender a questão da floresta amazônica e a diversidade de grupos que são estudados.

“Então, é preciso vir aqui para se dar conta de tudo isso, tanto da qualidade da instituição, quanto dos ambientes naturais da Amazônia”, destaca o pesquisador Bickel que diz pretender voltar outras vezes a Amazônia para acompanhar os trabalhos do projeto de coleta de insetos em várias alturas ao longo da torre da ZF-2. “É empolgante e deu para perceber que a composição das espécies em diferentes alturas não é a mesma e isso é um resultado pouco conhecido para poucos lugares no mundo”. 

Da Redação – Ascom Inpa