O presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, classificou como satisfatória a viagem que fez junto com uma comitiva de servidores da instituição, Ministério Público Federal e representantes da Usina de São Manoel à Jacareacanga, no Pará, onde se reuniu com aproximadamente 180 lideranças do povo Munduruku. A reunião, que aconteceu nessa quarta-feira (19), durou mais de oito horas, e após, serem ouvidos e terem suas mais de 20 reinvindicações respondidas, os indígenas, que ocupavam o canteiro de obras do empreendimento desde o dia 15 de julho, retornaram para suas aldeias.
Um dos principais pedidos dos Munduruku era a retirada das urnas funerárias de seus antepassados do local. O empreendimento havia retirado os despojos durante a alagação da usina e colocado em um memorial em Alta Floresta, sem o consentimento dos indígenas. Durante a reunião, representantes da empresa responsável levaram os Munduruku ate o local em que as urnas estavam enterradas, onde eles fizeram uma cerimônia para acalmar os espíritos dos seus antepassados.
“Naturalmente, essas questões foram apresentadas para o representante da usina Teles Pires, onde houve a alagação. O representante da empresa se comprometeu em atender a todas as reivindicações, ficando acordado que o pajé da tribo designará um local sagrado, em que os brancos não tenham acesso, para onde os corpos serão levados”, informou o presidente da Funai.
Fortalecimento da Funai
Os Munduruku reivindicaram também a necessidade de melhorias nas Coordenações Técnicas Locais (CTL) de Jacareacanga e de Itaituba, subordinadas à Coordenação Regional Tapajós. Segundo os Munduruku, os indígenas da região, principalmente os idosos, enfrentam dificuldades para o deslocamento do rio à Itaituba. Além disso, eles pediram a manutenção de viaturas para poderem chegar às CTL’s. “Nós iremos providenciar uma embarcação, um motor de popa e os reparos necessários às viaturas para que se possa fazer esse transporte”, garantiu Franklimberg.
Povo Kaiabi
Na quinta-feira (20), Flanklimberg se reuniu com lideranças Kaiabi, na aldeia Kururuzinho. Os indígenas reivindicaram o processo de registro da Terra Indígena Kaiabi, que se encontra no Supremo Tribunal Federal, e a reforma da CTL de Alta Floresta.
“Já mandamos na semana passada uma nota de crédito para que a CTL seja reformada. Além disso, mandaremos recursos para a pintura da escola e do salão de reuniões da aldeia. É muito importante atendermos a Funai na ponta da linha”, ressaltou o presidente.
Priscilla Torres – ASCOM Funai
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