O Parque Estadual do Cantão, no Tocantins, é a unidade apresentada na terceira matéria da série em comemoração ao Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que completa 15 anos em agosto. Localizado a 259km de Palmas (TO), o Parque compreende dois tipos importantes de ambientes para a fauna brasileira: o Cerrado e a Floresta Amazônica. Mas não é só pela confluência destes dois biomas que ele se destaca.
A área é também uma das referências do Arpa, programa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) que abrange outras 113 unidades de conservação do país. O local tem a maior pontuação – 1.400 – na Ferramenta de Avaliação de Unidades de Conservação (FAUC). Para a empreitada, o investimento financeiro é da ordem de R$ 400 mil.
Desde novembro de 2011, quando passou a fazer parte do Programa, o espaço teve sua estrutura melhorada, com avanços na demarcação, monitoramento, sinalização, entre outros fatores. “O Cantão é o único parque do estado apoiado pelo Arpa, então é um privilégio sermos um polo significativo de pesquisa e preservação da biodiversidade. Nós, que moramos na região, conhecemos bem a riqueza que existe aqui”, explica Adailton Gloria, gestor do Parque Estadual.
Com o apoio do Programa, a unidade de conservação tem desenvolvido pesquisas. “Um importante estudo sobre os botos é realizado com apoio do projeto”, explica o gestor.
Outro destaque é o plano de ações com foco na educação ambiental para proteção dos recursos pesqueiros. De acordo com o gestor do Cantão, são realizadas ações de educação ambiental com 11 comunidades rurais vizinhas ao Parque. A iniciativa promove a conscientização de pescadores e evita o desaparecimento das espécies.
FLORA E FAUNA
Cercado pelos municípios de Caseara e Pium, o Parque está localizado em uma área de transição entre Cerrado e Floresta Amazônica. Praticamente vizinho à Ilha do Bananal, maior formação do tipo em área fluvial do mundo, o Cantão possui o igapó como um dos destaques, presente em 27% da área. A espécie é típica de locais onde há áreas alagadas durante grande parte do ano.
Vários animais vivem no Parque Estadual e um deles, ameaçado de extinção, tem na área o habitat ideal: a ariranha (Pteronura brasiliensis). “Não há tão rica variedade delas quanto aqui”, pontua Adailton Gloria.
ANIVERSÁRIO
O mês de julho é especial para o Parque Estadual do Cantão: no dia 14 eles comemoraram o aniversário de criação. Neste ano, a área, que é a primeira unidade de conservação de proteção integral do Tocantins, completou 19 anos.
É também no meio do ano que o turismo fica mais agitado na região. Nesta época de cheia, é possível circular em meio aos igapós em barcos elétricos, fazer trilhas aquáticas, entre outras atrações que, neste ano, contemplaram também um festival de canoagem e ecologia.
“Independentemente de quantas vezes venham ao Cantão, os turistas sempre verão cenários diferentes”, conta Adailton Gloria. Para ter uma ideia do sucesso, de janeiro até julho deste ano, a quantidade de visitantes no Parque já superou o número de 2016 inteiro.
FUTURO
Iniciado em 2002 pelo MMA, o Programa Áreas Protegidas da Amazônia já investiu U$$ 246 milhões em suas duas primeiras etapas. Gerida pelo MMA, a iniciativa é financiada com recursos do Global Environment Facility (GEF), por meio do Banco Mundial, e do Banco de Desenvolvimento da Alemanha (KfW), além de investimentos de instituições como a Rede WWF e o Fundo Amazônia.
Desde 2014, o Programa encontra-se em sua terceira fase. Estima-se que quase 60 milhões de hectares sejam contemplados em mais de 110 unidades de conservação. O investimento será de U$$ 407 milhões.
Espera-se que até a conclusão desta etapa, em 2039, os investimentos do governo federal tomem a dianteira com o investimento de U$$ 207 milhões.
ESPECIAL// Programa Áreas Protegidas da Amazônia já destinou R$ 400 mil para a unidade de conservação, situada no Tocantins.
ARTHUR H. HERDY
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