Em visita oficial aos Estados de Roraima e Amazonas, o presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, esteve nas instalações do Serviço de Acolhimento a Imigrantes, em Manaus, que está recebendo os indígenas Warao. O serviço é referência para as demais cidades que estão abrigando os venezuelanos, e atende, atualmente, cerca de 300 indígenas.

O abrigo, que fica no bairro do Coroado, é uma das recomendações feitas pelo Ministério Público Federal a diversos órgãos públicos para garantir o atendimento humanitário aos imigrantes. A pedido dos indígenas, o espaço foi reformado para a construção de um enorme redário que abriga as famílias. O centro também conta com a presença fixa da secretaria municipal de saúde.

Desde o início do ano, os Warao começaram a migrar para o Brasil em busca de sobrevivência, em razão da crise econômica, do alto índice de violência e da falta de alimentos na Venezuela. Estima-se que cerca de 500 indígenas já tenham chegado à capital amazonense.

Para o presidente da Funai, o Serviço de Acolhimento a Imigrantes de Manaus é referência para os demais Estados, como Roraima, que estão recebendo os indígenas venezuelanos. “É importante que possamos resguardar a cultura, saúde e educação desses indígenas. Nossa coordenação regional de Manaus está colaborando com o apoio aos Warao e a Funai está participando, junto à Casa Civil, do atendimento público necessário aos indígenas”, destacou.

Propostas da Funai

Em reunião esta semana na Casa Civil, que já disponibilizou R$ 480 mil para ajudar os indígenas venezuelanos, Franklimberg destacou que a Funai acompanhará os trabalhos da Polícia Federal para identificação dos Warao, divulgará uma campanha de doação de alimentos, roupas, brinquedos e materiais de higiene para as famílias, e articulará com as autoridades estaduais e municipais financiamento para projetos de aprendizado de confecção de artesanato, e com a as secretarias de educação estadual e municipal para que os indígenas que queiram aprender o idioma português sejam inseridos em programas educacionais.

Fronteiras

Em Pacaraima, município de Roraima que faz fronteira com a Venezuela, os indígenas Warao estão abrigados próximos à rodoviária. A prefeitura estuda a possibilidade de criar uma Área de Acolhimento Provisório que atenda as necessidades básicas dos imigrantes. Em Boa Vista, mais de 300 venezuelanos estão abrigados em um ginásio que foi transformado em um Centro de Referência do Imigrante (CRI).

Refugiados

De acordo com dados do Ministério da Justiça, o Panamá, o Equador e o Chile têm sido os principais destinos para os imigrantes venezuelanos, mas o Brasil também está entre os países procurados. O número de pedidos de refúgios deste ano é mais do que o dobro do que o registrado no ano passado: de janeiro até a primeira semana de maio de 2017 foram registradas 8.231 solicitações. Somente entre o final de março e o início de maio deste ano foram 5.436. Durante todo o ano de 2016 foram 3.375 pedidos.

Priscilla Torres – ASCOM Funai – Serviço de acolhimento a imigrantes em Manaus é referência para indígenas venezuelanos — Fundação Nacional dos Povos Indígenas (www.gov.br)