A fartura de peixes no rio Teles Pires como base alimentar dos indígenas da Aldeia Teles Pires e de outras ao longo do rio Teles Pires, na divisa do Pará e do Mato Grosso é agora uma narrativa que retrata anos passados, segundo Basílio Waro Munduruku. 

Pescador, desde a juventude, ele conta que a diminuição de diferentes espécies é vista a olhos nus e preocupa os povos da floresta. O indígena narra que estas mudanças começaram após a implementação de uma usina hidrelétrica, no MT, a UHE Teles Pires. Uma segunda está em fase de finalização – a UHE São Manoel, o que deixa estes indígenas mais temerosos sobre possíveis impactos associados e cumulativos. 

Diante dessa diminuição, representantes das etnias Munduruku, Apiaká e Kayabi, que vivem nesta região, reivindicam respostas das empresas e dos órgãos responsáveis pela fiscalização e licenciamento, para compreender e solucionar o que está, de fato, ocasionando estas mudanças. “Não dá mais igapó…”, fala Basílio, se referindo a locais de criadouros dos peixes. Ele é o oitavo entrevistado do Projeto Vozes dos Atingidos, do Fórum Teles Pires, no canal do youtube do movimento. 

Esta iniciativa audiovisual tem o objetivo de abrir um canal democrático e dar maior visibilidade a representantes de povos indígenas que vivem na Bacia do Teles Pires, no Mato Grosso e Pará, para que possam expor suas reivindicações, narrativas e dúvidas sobre os impactos dos processos de implementação de usinas hidrelétricas na região, que afetam o seu dia a dia. O projeto tem o apoio do Instituto Centro de Vida (ICV).

Veja o depoimento de Basílio Waro Munduruku: 

Por Sucena Shkrada Resk/FTP – ICV

 

Sucena Shkrada Resk é jornalista, participa do Fórum Teles Pires (FTP) e é consultora de Comunicação do Núcleo Centro de Vida (ICV). A foto desta matéria é de sua autoria.

FONTE:   – http://amazoniareal.com.br/2017/06/

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