Mudanças climáticas, agricultura, modos de vida da população humana, fauna, flora, caça. Tantos assuntos e uma característica que conecta todos eles: o bioma Amazônia. Estes e muitos outros temas serão foco das apresentações do encontro realizado pelo Instituto Mamirauá entre os dias 3 e 7 de julho na sede da instituição em Tefé, no Amazonas. Na ocasião, pesquisadores, técnicos e outros especialistas estarão reunidos para uma série de palestras, minicursos e exposições que têm a Amazônia como tema central.
Durante a semana, acontecem dois eventos: o 3º Seminário Anual do Projeto Mamirauá – Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade em Unidades de Conservação (BioREC), entre 3 e 4 de julho; e o 14º Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia (Simcon), entre 4 e 7 de julho.
“O Simcon, que nasceu com o objetivo de socializar os resultados de projetos de pesquisas e para a integração de diferentes ações do Instituto Mamirauá, acabou se consolidando como um importante evento científico da região amazônica e como um fórum de discussão sobre conservação da biodiversidade, manejo de recursos naturais, gestão de áreas protegidas e sobre os modos de vida das populações locais”, disse o diretor Técnico Científico do Instituto Mamirauá, João Valsecchi do Amaral.
João enfatiza que o encontro é, atualmente, um dos únicos grandes eventos científicos realizados no interior do Amazonas que permite a participação e integração da academia com diferentes setores da sociedade, como lideranças comunitárias, estudantes e representantes da administração pública.
As inscrições de ouvintes para os dois eventos poderão ser realizadas no local, no momento do credenciamento. A programação está disponível no site do Instituto Mamirauá, que atua como uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Projeto BioREC
Durante o primeiro evento, serão apresentados resultados de pesquisas científicas e relatos de experiência de projetos de manejo realizados pelo Instituto Mamirauá no Projeto BioREC. No primeiro dia, serão expostos dados de pesquisas como a produtividade de uma área da floresta de várzea amazônica para a produção de sementes de andiroba; a recomposição de áreas degradadas; o ciclo de produção e decomposição de matéria orgânica na floresta; e sensoriamento remoto aplicado à identificação de áreas de agricultura.
Paulo Roberto e Souza, técnico do Instituto Mamirauá e um dos representantes do projeto, enfatiza a importância da divulgação dos resultados de ações que buscam o desenvolvimento de experimentos científicos e de intervenção social, visando a conservação da biodiversidade e o envolvimento das populações locais. “O exercício da avaliação não só pelos envolvidos nas ações, mas também pelos parceiros e outros atores/agências com os quais se interage proporciona um momento de críticas construtivas e sugestões que certamente colaboram para o aperfeiçoamento das ações realizadas e alcance das metas acordadas”, explicou.
O grande destaque do primeiro dia de evento será uma mesa-redonda com participação de três pesquisadores especialistas no assunto, dois do Instituto Mamirauá e um da Universidade de São Paulo (USP). O tema em debate será o efeito das mudanças climáticas sobre a ecologia e o manejo florestal em áreas da Amazônia.
No segundo dia do seminário, serão apresentadas as experiências de manejo realizadas pelo projeto, como é o caso da organização comunitária, do manejo florestal, da proteção ambiental e do manejo de agroecossistemas. O destaque é a apresentação das primeiras impressões após a implementação de um projeto de beneficiamento de polpas de frutas em uma comunidade ribeirinha, com uso de energia solar.
“Uma das contribuições do projeto é o respeito pelo conhecimento tradicional das populações locais e a busca de alternativas para que continuem a usar a floresta de uma forma em que tanto as populações quanto a conservação da biodiversidade sejam beneficiadas. Outra contribuição é colaborar para a fixação de pesquisadores na região, estratégia que certamente tem importante papel quando se pensa no desenvolvimento e proteção da Amazônia”, completou Paulo Roberto. Essas ações têm o financiamento do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Simpósio
Já no Simpósio, os participantes assistirão às exposições de resultados de pesquisas científicas sobre temas diversos, desenvolvidas no bioma. Serão 80 trabalhos, sendo 27 apresentações orais e 53 em pôster, além de minicursos, palestras e debates.
Entre os palestrantes confirmados está o Dr. Michel André, da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), na Espanha, que apresenta resultados do monitoramento acústico de botos na Reserva Mamirauá. Michel já foi vencedor do Prêmio Rolex, por pesquisas sobre bioacústica nos oceanos. A palestra será na manhã do dia 5.
O diretor Técnico-Científico do Instituto palestra sobre a discussão sobre a caça no Brasil, no dia 6. Além de outras palestras, o evento também contará com três minicursos, que antecedem o evento, realizados no dia 4.
Serviço
3 e 4 de julho: 3º Seminário Anual do Projeto Mamirauá – Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade em Unidades de Conservação (BioREC)
5 a 7 de julho: 14º Simpósio sobre Conservação e Manejo Participativo na Amazônia
Veja a programação completa e outras informações no site do evento.
FONTE: Amazonia.org.br – http://amazonia.org.br/category/agenda/
VER MAIS EM: http://amazonia.org.br/2017/06/amazonia-em-debate-evento-do-instituto-mamiraua-reune-especialistas-em-tefe-am/
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