Plano nacional que está sendo elaborado pelo ICMBio e parceiros, durante oficina, nesta semana, em Manaus (AM), visa proteger 15 espécies ameaçadas de extinção.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas (CPB) realiza até esta sexta-feira (30) a oficina para a elaboração do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação dos Primatas Amazônicos. O evento, aberto na terça-feira (27), ocorre na sede do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam), em Manaus (AM). O CPB e o Cepam são vinculados ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O PAN Primatas Amazônicos terá como alvo as 15 espécies de primatas amazônicos ameaçadas de extinção (Portaria MMA 444/2014), com exceção do sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), que já possui um plano de ação específico. Dessas, as mais ameaçadas são as duas classificadas como “Criticamente em Perigo”: o cuxiú-preto (Chiropotes satanas) e o caiarara-Ka’apor (Cebus kaapori); este último está listado entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo desde 2012, e ambos têm na Reserva Biológica do Gurupi (MA) sua única área estritamente protegida.
Três espécies “Em Perigo” – Ateles marginatus, Lagothrix cana cana e Cacajao hosomi –, 10 “Vulneráveis” – Alouatta belzebul, Alouatta discolor, Ateles belzebuth, Ateles chamek, Lagothrix lagothricha, Lagothrix poeppigii, Mico rondoni, Saguinus niger, Saimiri vanzolinii, e Chiropotes utahickae – e sete “Quase Ameaçadas” – Alouatta puruensis, Callicebus brunneus, Chiropotes albinasus, Mico melanurus, Saguinus martinsi martinsi, Saguinus martinsi ochraceus e Saimiri ustus – completam a lista de espécies alvo deste plano, que estabelecerá ações de conservação.
A oficina conta com a participação de mais de 30 especialistas, entre gestores ambientais, pesquisadores e conservacionistas, representando 22 instituições do Brasil e do exterior. O objetivo é estabelecer uma estratégia para os próximos cinco anos visando garantir a sobrevivência das populações desses primatas. Com o plano, todos os primatas amazônicos em risco de extinção estarão contemplados com ações para sua conservação.
Além do grupo de especialistas, as ações deverão ser implementadas com a participação de vários outros setores da sociedade. “Desse modo, espera-se que o estado de conservação dos macacos amazônicos seja melhorado, gerando uma mudança positiva quanto à sua situação, com efeitos refletidos para toda a biodiversidade amazônica e suas comunidades humanas”, disse Leandro Jerusalinsky, chefe do CPB.
Diversidade
O Brasil é o país com a maior diversidade de primatas do mundo, sendo que só a Amazônia brasileira concentra 110 espécies das 700 existentes no planeta. Entretanto, essa riqueza está em risco, devido às fortes pressões e ameaças que afetam esses animais na floresta amazônica, principalmente a perda, a fragmentação e a degradação de habitats em função do desmatamento, queimadas, corte seletivo e implantação de grandes empreendimentos. Além disso, esses animais sofrem com a caça de subsistência e comercial, atropelamentos, doenças e efeitos negativos das mudanças climáticas.
Os primatas, que vivem exclusivamente em florestas e são altamente sensíveis a alterações ambientais, acabam sofrendo graves impactos derivados dessas atividades. Com isso, atualmente existem 16 espécies de macacos ameaçados de extinção e sete espécies no limiar dessa condição na Amazônia brasileira.
Serviço:
O quê: Oficina de Planejamento Participativo para elaboração do Plano de Ação Nacional para a conservação dos Primatas Amazônicos
Quando: 27 a 30 de junho, das 9h às 18h
Onde: Sede do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam/ICMBio), no minicampus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus (AM)
Comunicação ICMBio – com informações do CPB – Ações para salvar primatas da Amazônia — Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (www.gov.br)