As ações de saúde voltadas aos indígenas venezuelanos da tribo Warao, que estão em Manaus desde o último mês de dezembro, terão a atuação direta dos líderes e xamãs que se prontificaram a acompanhar os tratamentos prescritos pelos médicos da rede municipal de saúde.
A parceria com as lideranças espirituais da etnia foi fechada durante uma roda de conversa promovida na tarde desta quinta-feira, 25/5, na Unidade Básica de Saúde Mansour Bulbol, no Alvorada, zona Centro-Oeste, pela equipe do projeto “Consultório na Rua”, da Semsa.
Segundo o coordenador do “Consultório na Rua”, Jailson Barbosa, o resultado da roda de conversa pode ser considerado um avanço porque esses líderes passarão a se organizar para falar por eles, numa linguagem que eles, indígenas, entendem.
“Este é um momento muito importante no trabalho de monitoramento e de atenção básica a essas famílias. Vínhamos encontrando muita resistência da parte deles quanto à aceitação a medicina alopática porque eles não conseguiam compreender a necessidade de tomar os remédios nos horários estabelecidos e acreditavam na cura por meio de rituais xamânicos”, explicou Jailson.
Uma das grandes dificuldades no tratamento de doenças mais graves, como pneumonia, era a “desospitalização”, principalmente de crianças, sem a devida alta médica. Outro ponto identificado pelas equipes da Semsa para a falta de sucesso dos tratamentos, com as chamadas “recaídas”, é o fato de os indígenas não tomarem a medicação de forma correta por não entenderem como usar os remédios.
Os casos mais comuns de doenças encontradas entre os membros dos grupos que estão em Manaus são catapora, conjuntivite, pneumonia e tuberculose.
Dados da Secretaria de Estado da Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) apontam que até o dia 23/5 havia, na capital, 519 indígenas venezuelanos distribuídos em abrigos nas ruas Dr. Almino e Quintino Bocaiúva, no centro da cidade; no Mutirão, zona Leste; e no acampamento montado no entorno do Terminal Rodoviário. Este último com a maior concentração de pessoas: 235, sendo 49 homens, 66 mulheres, 52 meninos, 54 meninas, seis idosos e oito recém-nascidos. No mês de maio, apenas 25 haviam retornado para a tribo de origem.
acritica.com*
*Com informações de assessoria
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